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Comunidade

Pior quadrimestre em 35 anos, avalia Sindicato dos Comerciários

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Centro da cidade continua com os tão indesejados fios. Foto: Bruno Lara/OT

Calçadão de Canoas concentra boa parte do comércio da cidade. Foto: Bruno Lara/arquivo-OT

O Sindicato dos Comerciários de Canoas e Nova Santa Rita (Sindec) apontou, na última semana, que ao menos mil demissões foram registradas no setor apenas nos quatro primeiros meses. Porém, o número pode ser ainda maior, pois apenas aqueles com mais de um ano de contrato passam pelo sindicato para o desligamento.

A situação, segundo o presidente do Sindec, Antônio Felini, alterou a dinâmica do sindicato a partir da necessidade de um grande número de desligamentos. “Nós tínhamos, a cada meia hora, uma rescisão. Tivemos de mudar a nossa agenda e fazer a cada cinco minutos, ou nossa agenda acabaria em julho”, aponta. “Em todos esses 35 anos que eu estou no sindicato, eu nunca vi uma recessão igual a essa. Estão cortando e não estão repondo. Os salários maiores estão sofrendo maior retaliação”, afirma.

O motivo dessa crise, acredita ele, é a falta de dinheiro das pessoas devido a falta de empregos. “A estabilidade do governo. Nós temos dois governos. Um interino e outro paralelo que não sabe se vai sair. Se voltar muda toda a política econômica do país. As pessoas não estão mais comprando 10, 15, 20 vezes, estão comprando três vezes por não saber como estará a situação daqui há três meses”, pontua.

Empreendedor na crise

Já Itamar Tadeu, presidente do Sindilojas Canoas, acredita que o fechamento de algumas empresas é o maior motivo para o grande número de demissões. Embora deposite a esperança de dias melhores no novo shopping, que está sendo construído no bairro Marechal Rondon, próximo ao Capão do Corvo, ele ressalta que há preocupação no setor.

“Existe uma preocupação muito grande e agente estava esperando um impacto imediato com a saída da Dilma, mas nós não estamos sentindo essa segurança, essa mudança. Nesse primeiro momento é difícil tu retomar a tua economia, a tua loja, o teu estabelecimento. Por isso está ainda ocorrendo algumas demissões, principalmente das que estão há mais de um ano e que tem que ir ao sindicato fazer a homologação”, pontua.

A procupação de ambos os sindicatos é que o número pode ser muito maior do que os registros mostram em função dos colaboradores que tem menos de um ano. “A Lei diz que pode fazer o pagamento na sua própria empresa. Com certeza tem mais algumas pessoas que estão sendo demitidas e que não se confere pelo sindicato a saída delas”, acredita Tadeu.

Indústria parcela

Seguindo a lógica do Governo do Estado, a indústria canoense, segundo Tadeu, também tem parcelado o salário de seus funcionários. “Estão fazendo o pagamento de seus salários em duas ou três vez, pois não estão conseguindo fazer o pagamento até o quinto dia útil. Mas indústria, comércio não é tanto porque são pequenas as quantidades de colaboradores”, pondera.

Segurança

Para o presidente do Sindilojas, a segurança é um dos fatores que resulta no fechamento de algumas lojas. “O que também preocupa agente é o fechamento de algumas lojas. A gente deve lembrar que hoje a gente tem um problema grave em nosso município, que já melhorou muito, que é a falta de segurança. Isso nos deixa muito preocupados. O pequeno comércio, que tem dificuldade para se manter, ainda enfrenta isso”, opina. “O primeiro a sofrer é o nosso funcionário”, conclui.

Mas o sindicato patronal acredita que com a saída da presidente da república, Dilma Rousseff (PT), a situação deve melhorar. “Nós estamos otimistas. Queremos que dentro de dois meses, fazendo essas mudanças que o presidente está fazendo, algumas coisas bem interessantes e outras nem tão interessantes. Não nos agrada, mas alguém tem que ser peitudo, alguém tem que fazer a mudança. E nós temos que apostar que alguém vai fazer a mudança”, acredita afirmando que tudo se resolve a partir da credibilidade do Governo Federal, embora garanta que a luta será contra a criação de novos impostos. “Não podemos aceitar qualquer tipo de imposto novo. A CPMF não vai retornar, pelo menos pela nossa briga. Para que ela continue enterrada”, pontua.

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Sorteio do Minha Casa, Minha Vida contempla 250 famílias. Confira lista.

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Foto: Jhennifer Wolleng

Com transmissão ao vivo pela internet, a Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, realizou nesta quarta-feira (16) o sorteio do programa Minha Casa, Minha Vida. No auditório Sady Schivitz, na sede da Prefeitura, foram contempladas 250 famílias, que irão morar nos Residenciais Pistoia e Santa Fé, no bairro Rio Branco. Também foram sorteados os candidatos suplentes.

Os dois complexos habitacionais estão em fase de construção, com previsão de entrega dos imóveis para setembro deste ano. Antes de ocupar o imóvel em definitivo, os contemplados passarão pelo processo de análise documental na Caixa Econômica Federal e pelo trabalho técnico-social da Prefeitura, que promove um processo de adaptação das famílias à nova moradia.

Confira aqui a lista dos sorteados

Ao todo, os Residenciais Pistoia e Santa Fé oferecem 500 unidades habitacionais. A outra metade das famílias que irá morar no local será reassentada, já que ocupavam anteriormente invasões que foram alvo de reintegração de posse pelo município.

Nesta quarta-feira, participaram do sorteio os cidadãos que realizaram o recadastramento. Enquadram-se nos critérios nacionais famílias residentes em áreas de risco, insalubres ou que tenham sido desabrigadas, comprovado por declaração do ente público; famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar, comprovado por autodeclaração; e famílias das quais faça(m) parte pessoa(s) com deficiência, comprovado com a apresentação de atestado médico.

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Comunidade

Assembleia de Deus comemora 80 anos de fundação em Canoas

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A igreja Assembleia de Deus, de Canoas, comemora uma marco importante na cidade. O Jubileu de Carvalho da entidade ocorre nesta sexta-feira, 18 de agosto, e terá programação intensa de comemorações. O pastor Edegar Machado, líder da igreja no município há mais de 30 anos, recebeu a reportagem de O Timoneiro para falar acerca da programação das celebrações e sobre a atuação na cidade.

Tamanho

A importância da Assembleia de Deus, de Canoas, é contada também em números. A instituição, de acordo com Edegar, abrange atualmente 16 mil membros e conta com 88 igrejas na cidade. “A igreja se expandiu através do trabalho missionário e atua em diversos ponto do mundo”, conta Edegar.

Visão Social

O pastor destaca a visão social da instituição: “Não temos somente o trabalho espiritual, mas cuidamos do lado social. Eu considero isso como a outra mão da igreja. Nós temos o lado humano, que é alcançar as pessoas em suas necessidades”, comenta. O trabalho realizado abrange especialmente o cuidado de crianças. Edegar ainda citou projetos como escolas artesanais, que ajudam no desenvolvimento de trabalhos comunitários, além de postos de distribuição de sopa vinculados à Associação Beneficente Lar Esperança de Canoas , onde são atendidas cerca de mil crianças por semana.

Programação

A igreja promove cultos de celebração na sexta-feira, 19, até domingo, 20, no templo central da Assembleia de Deus, no bairro Mathias Velho. No domingo, a partir das 9 horas, ocorre concentração na praça Antonio Beló, na Rua Dr. Barcelos, onde será inaugurado um monumento em homenagem aos 80 anos da igreja. Após, são esperadas quatro mil pessoas para uma caminhada até o templo central da instituição, onde ocorrerá culto de graças.

História

Por determinação do pastorado da Igreja em Porto Alegre, o evangelista Amaro dos Santos foi designado, em 1937, para cuidar do trabalho da instituição em Canoas. Os primeiros cultos ocorreram no bairro Niterói. Ficou marcado na história da igreja um grande culto, realizado junto a uma figueira localizada nas proximidades da casa de André Lemos, em 18 de agosto de 1937. O local permanece com a figueira até hoje e, por conta disso, foi escolhido como local para a homenagem aos 80 anos da instituição.

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Canoense tem 94 anos de futebol, mídia, direção e simplicidade

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Marcelo Grisa

Hélio Ferreira da Silva nasceu em 1º de outubro de 1923. Filho de empregados na fazenda do estancieiro Victor Barreto, o motorista aposentado viu a história do século XX como poucos canoenses puderam. Hélio hoje mora com os sobrinhos Júlio Ragazzon e Raquel Araújo. E esta é sua história.

O futebol e a guerra

No começo de 1932, Hélio observava o nascimento do Sport Club Oriente, um dos mais tradicionais de Canoas. Alguns anos depois, jogou no time e virou craque. Como atacante central, marcava muitos gols.

A incipiente trajetória de Hélio Ferreira no futebol incluiu passagens pelo Canoense e até mesmo no Grêmio. Entretanto, uma grave lesão o afastou em definitivo dos gramados. Uma “pisada” deixou como lembrança um esmagamento logo acima do joelho. “Eu até poderia jogar, mas nunca mais fui. Deu muito medo”, explica.
“Às vezes eu ainda sonho com as mulheres da arquibancada me chamando. Parece que me vejo jogando de novo”, admite. Mas a vida ainda tinha reservado muito mais para o canoense de fala fácil e sorriso alegre.

Nesta época, o canoense já estava na Aeronáutica. Começava a Segunda Guerra Mundial, e todos no quartel ficavam de prontidão, recebendo apenas um dia de folga por semana. “Eu ficava em casa de farda. Se a sirene tocasse, tínhamos meia hora para nos apresentar”, lembra.

Hélio Ferreira da Silva, entretanto, nunca veria os fronts da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália. Há poucos dias de ser embarcado para o campo de batalha, chegava o mês setembro de 1945. A guerra acaba.

Hélio “Caldas” e Ernesto Geisel

Mesmo antes, durante e depois da guerra, a vivência nas Forças Armadas proporcionou o que seria uma de suas maiores paixões: os carros. Depois de sete anos, saiu da Aeronáutica e tornou-se motorista particular. Acabou por trabalhar 40 anos de sua vida para a Companhia Jornalística Caldas Júnior, dona do jornal Correio do Povo, como motorista da família de Breno Caldas. Por muito tempo, sua família morou na propriedade da família Caldas no bairro Belém Novo, em Porto Alegre.

Recentemente, Hélio visitou os netos de Breno, que o chamaram de “Hélio Caldas”, tamanha fora sua contribuição para a família.
Mas as mais histórias das quais Hélio mais se lembra são aquelas que envolviam os governos da ditadura militar. Primeiro, quando o golpe era dado, em 1º de abril de 1964, Breno Caldas pediu ao motorista que buscasse suas filhas na Rua Coronel Bordini, no bairro Auxiliadora, e as trouxesse ao Belém Novo. Recebeu uma arma, e deveria impedir, depois de todos em casa, que qualquer um entrasse na propriedade. Tendo que lidar com militares às portas do terreno, Hélio deixou-os entrar, mas cuidou cada movimento deles. Depois de uma medição no terreno – o que acontecia no local com frequência – eles foram embora sem maiores percalços.

Em outra oportunidade, em razão do aniversário de Breno Caldas, o presidente Ernesto Geisel, também gaúcho, veio até a fazenda para parabenizá-lo. Hélio teve que esconder um papagaio, que era ilegal, da vista do mandatário. Como um dos genros do patrão acabou por entregar a existência da ave, Geisel exigiu vê-la.
O que se sucedeu, entretanto, tranquilizou a todos. Ao ver o papagaio, que havia sido ensinado a falar muitos palavrões, o presidente desatou-se a rir mesmo sendo xingado pelo bicho.

Cuidado com o caminhão

Ao aposentar-se, Breno Caldas queria que Hélio continuasse trabalhando para ele, mesmo que não mais tendo carteira assinada por sua companhia. Não era bem sua ideia: eram os anos finais da Caldas Júnior antes de sua venda, e o motorista tinha o sonho de ter um caminhão e trabalhar com entregas.

Acabou recebendo a chave de um veículo à sua escolha entre 18 que estavam na garagem da propriedade, escondidos dos credores. “Breno puxou um bolo de chaves do bolso e disse: ‘Escolhe uma. Pode pegar.’ Mais tarde fui lá e escolhi um caminhão.”

Graças à rápida passagem da titularidade dos documentos, Hélio pode ficar com o veículo até poucos anos atrás, quando parou de dirigir. “Não quero me gabar, mas nunca causei nenhum acidente. Com a idade, preferi pedir para o Júlio aqui me levar nos lugares. Não é agora que eu vou ter um solavanco e acabar machucando alguém”, preocupa-se.

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