Comunidade
ACESSIBILIDADE do calçadão Lojistas notificados por falta de acessibilidade
Coordenadoria calcula mais de 78 mil deficientes no município; seis mil deficientes visuais
Texto e fotos: Bruno Lara
Na manhã de quarta-feira, 30, os membros da Comissão de Acessibilidade do Conselho Municipal do Direito da Pessoa com Deficiência estiveram notificando as lojas no Calçadão de Canoas. A ação fez parte de uma tentativa de conscientizar os empresários da necessidade do acesso nos recintos. Embora não seja uma multa, os comerciantes terão o prazo de 30 dias para se adequarem.
Quem explica é o gestor da unidade de acessibilidade da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SMSUH), Paulo Godinho. Segundo ele, os estabelecimentos estão sendo notificados e terão 30 dias para se adequar a nova necessidade. “Caso não se adéquem poderão ter problemas maiores”, explica, informando que há a possibilidade de multas e até a perda do alvará.
Dificuldades
Muitas das lojas possuem degrau em comparação com o nível do recém reformado Calçadão. Para o cadeirante Valoir Mendes, 35 anos, a reforma poderia ser melhor discutida. “Eu acho que deveria ter sido feito uma fala, uma conversa, uma tratativa com os lojistas para que, já na inauguração, no começo da obra do calçadão, já se fosse feito junto com os lojistas a acessibilidade”, argumenta. Segundo ele, a maioria continua irregular. “A gente tem visto que algumas (lojas) se adequaram, mas a maioria não.”
Não raro é observar deficientes sendo atendidos na rua por falta de estrutura. “A gente tem visto ainda pessoas tomando café na rua ou sendo atendida em uma loja na rua e essa não é a nossa luta. A nossa luta é que, de fato, todas as pessoas possam ter as mesmas oportunidades”. Valdoir acredita que os espaços são para todos. “A nossa expectativa é que os lojistas, os comerciantes entendam a necessidade da acessibilidade e garantam que todas as pessoas, com deficiência ou não, acessem as lojas com autonomia e segurança”, afirma.
No comércio desde criança, quando vinha acompanhar a família no trabalho, Diego de Quadros, 30 anos, responde hoje pela loja da família. Ele acredita que a ação demorou para ser feita. “É uma coisa bem bacana que abraça uma causa que já deveria ter sido abraçada a tempo. Até é tarde isso já”, incentiva.
78 mil deficientes
Esse é o cálculo de Eri Domingos da Silva, 47 anos, diretor da coordenadoria da pessoa com deficiência da cidade. O número aproximado abrange deficientes “visuais, físico, intelectual, auditivo, surdos, as pessoas que têm deficiência múltipla, os autistas – porque com a nova legislação quem tem espectro de transtorno autista também é considerado como pessoa como deficiência”, explica, informando que não há o dado por deficiência específica.
Segundo ele, aproximadamente seis mil pessoas são deficientes visuais em Canoas. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) coloca que 1,5% da população tem algum tipo de deficiência. Então a gente acredita que tenha por volta de seis mil pessoas com deficiência visual no município de Canoas, mas é um dado aproximado”, coloca Eri.

Eri Domingos da Silva, diretor da coordenadoria da pessoa com deficiência na cidade. Foto: Bruno Lara/OT
Na linha
A situação, que já é difícil, complica ainda mais quando os cidadãos não colaboram. No largo da praça da Bandeira, próximo a rua Coronel Vicente, a equipe de OT flagrou um comerciante que colocou a placa em cima do piso tátil, trecho que deveria ser livre para o trânsito de deficientes visuais.
Pior ainda quando o próprio governo dificulta. Na avenida Victor Barreto, dois contêineres de lixo, um reciclável e um orgânico, estão a centímetros da linha, o que pode causar um acidente para aqueles que não enxergam.
O que diz a Prefeitura
A Administração informou que “dialogou com todos os lojistas sobre a necessidade de rampas de acesso nos estabelecimentos comerciais, que permitem a acessibilidade das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida”.
Em relação às faixas e anúncios, anunciou que a fiscalização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE) tem orientado os lojistas a não fixarem anúncios no piso. Sobre os contêineres na Avenida Victor Barreto, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos fará a vistoria para adequação do local dos equipamentos.
Comunidade
Sorteio do Minha Casa, Minha Vida contempla 250 famílias. Confira lista.


Foto: Jhennifer Wolleng
Com transmissão ao vivo pela internet, a Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, realizou nesta quarta-feira (16) o sorteio do programa Minha Casa, Minha Vida. No auditório Sady Schivitz, na sede da Prefeitura, foram contempladas 250 famílias, que irão morar nos Residenciais Pistoia e Santa Fé, no bairro Rio Branco. Também foram sorteados os candidatos suplentes.
Os dois complexos habitacionais estão em fase de construção, com previsão de entrega dos imóveis para setembro deste ano. Antes de ocupar o imóvel em definitivo, os contemplados passarão pelo processo de análise documental na Caixa Econômica Federal e pelo trabalho técnico-social da Prefeitura, que promove um processo de adaptação das famílias à nova moradia.
Confira aqui a lista dos sorteados
Ao todo, os Residenciais Pistoia e Santa Fé oferecem 500 unidades habitacionais. A outra metade das famílias que irá morar no local será reassentada, já que ocupavam anteriormente invasões que foram alvo de reintegração de posse pelo município.
Nesta quarta-feira, participaram do sorteio os cidadãos que realizaram o recadastramento. Enquadram-se nos critérios nacionais famílias residentes em áreas de risco, insalubres ou que tenham sido desabrigadas, comprovado por declaração do ente público; famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar, comprovado por autodeclaração; e famílias das quais faça(m) parte pessoa(s) com deficiência, comprovado com a apresentação de atestado médico.
Comunidade
Assembleia de Deus comemora 80 anos de fundação em Canoas
A igreja Assembleia de Deus, de Canoas, comemora uma marco importante na cidade. O Jubileu de Carvalho da entidade ocorre nesta sexta-feira, 18 de agosto, e terá programação intensa de comemorações. O pastor Edegar Machado, líder da igreja no município há mais de 30 anos, recebeu a reportagem de O Timoneiro para falar acerca da programação das celebrações e sobre a atuação na cidade.
Tamanho
A importância da Assembleia de Deus, de Canoas, é contada também em números. A instituição, de acordo com Edegar, abrange atualmente 16 mil membros e conta com 88 igrejas na cidade. “A igreja se expandiu através do trabalho missionário e atua em diversos ponto do mundo”, conta Edegar.
Visão Social
O pastor destaca a visão social da instituição: “Não temos somente o trabalho espiritual, mas cuidamos do lado social. Eu considero isso como a outra mão da igreja. Nós temos o lado humano, que é alcançar as pessoas em suas necessidades”, comenta. O trabalho realizado abrange especialmente o cuidado de crianças. Edegar ainda citou projetos como escolas artesanais, que ajudam no desenvolvimento de trabalhos comunitários, além de postos de distribuição de sopa vinculados à Associação Beneficente Lar Esperança de Canoas , onde são atendidas cerca de mil crianças por semana.
Programação
A igreja promove cultos de celebração na sexta-feira, 19, até domingo, 20, no templo central da Assembleia de Deus, no bairro Mathias Velho. No domingo, a partir das 9 horas, ocorre concentração na praça Antonio Beló, na Rua Dr. Barcelos, onde será inaugurado um monumento em homenagem aos 80 anos da igreja. Após, são esperadas quatro mil pessoas para uma caminhada até o templo central da instituição, onde ocorrerá culto de graças.
História
Por determinação do pastorado da Igreja em Porto Alegre, o evangelista Amaro dos Santos foi designado, em 1937, para cuidar do trabalho da instituição em Canoas. Os primeiros cultos ocorreram no bairro Niterói. Ficou marcado na história da igreja um grande culto, realizado junto a uma figueira localizada nas proximidades da casa de André Lemos, em 18 de agosto de 1937. O local permanece com a figueira até hoje e, por conta disso, foi escolhido como local para a homenagem aos 80 anos da instituição.
Comunidade
Canoense tem 94 anos de futebol, mídia, direção e simplicidade
Marcelo Grisa
Hélio Ferreira da Silva nasceu em 1º de outubro de 1923. Filho de empregados na fazenda do estancieiro Victor Barreto, o motorista aposentado viu a história do século XX como poucos canoenses puderam. Hélio hoje mora com os sobrinhos Júlio Ragazzon e Raquel Araújo. E esta é sua história.
O futebol e a guerra
No começo de 1932, Hélio observava o nascimento do Sport Club Oriente, um dos mais tradicionais de Canoas. Alguns anos depois, jogou no time e virou craque. Como atacante central, marcava muitos gols.
A incipiente trajetória de Hélio Ferreira no futebol incluiu passagens pelo Canoense e até mesmo no Grêmio. Entretanto, uma grave lesão o afastou em definitivo dos gramados. Uma “pisada” deixou como lembrança um esmagamento logo acima do joelho. “Eu até poderia jogar, mas nunca mais fui. Deu muito medo”, explica.
“Às vezes eu ainda sonho com as mulheres da arquibancada me chamando. Parece que me vejo jogando de novo”, admite. Mas a vida ainda tinha reservado muito mais para o canoense de fala fácil e sorriso alegre.
Nesta época, o canoense já estava na Aeronáutica. Começava a Segunda Guerra Mundial, e todos no quartel ficavam de prontidão, recebendo apenas um dia de folga por semana. “Eu ficava em casa de farda. Se a sirene tocasse, tínhamos meia hora para nos apresentar”, lembra.
Hélio Ferreira da Silva, entretanto, nunca veria os fronts da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália. Há poucos dias de ser embarcado para o campo de batalha, chegava o mês setembro de 1945. A guerra acaba.
Hélio “Caldas” e Ernesto Geisel
Mesmo antes, durante e depois da guerra, a vivência nas Forças Armadas proporcionou o que seria uma de suas maiores paixões: os carros. Depois de sete anos, saiu da Aeronáutica e tornou-se motorista particular. Acabou por trabalhar 40 anos de sua vida para a Companhia Jornalística Caldas Júnior, dona do jornal Correio do Povo, como motorista da família de Breno Caldas. Por muito tempo, sua família morou na propriedade da família Caldas no bairro Belém Novo, em Porto Alegre.
Recentemente, Hélio visitou os netos de Breno, que o chamaram de “Hélio Caldas”, tamanha fora sua contribuição para a família.
Mas as mais histórias das quais Hélio mais se lembra são aquelas que envolviam os governos da ditadura militar. Primeiro, quando o golpe era dado, em 1º de abril de 1964, Breno Caldas pediu ao motorista que buscasse suas filhas na Rua Coronel Bordini, no bairro Auxiliadora, e as trouxesse ao Belém Novo. Recebeu uma arma, e deveria impedir, depois de todos em casa, que qualquer um entrasse na propriedade. Tendo que lidar com militares às portas do terreno, Hélio deixou-os entrar, mas cuidou cada movimento deles. Depois de uma medição no terreno – o que acontecia no local com frequência – eles foram embora sem maiores percalços.
Em outra oportunidade, em razão do aniversário de Breno Caldas, o presidente Ernesto Geisel, também gaúcho, veio até a fazenda para parabenizá-lo. Hélio teve que esconder um papagaio, que era ilegal, da vista do mandatário. Como um dos genros do patrão acabou por entregar a existência da ave, Geisel exigiu vê-la.
O que se sucedeu, entretanto, tranquilizou a todos. Ao ver o papagaio, que havia sido ensinado a falar muitos palavrões, o presidente desatou-se a rir mesmo sendo xingado pelo bicho.
Cuidado com o caminhão
Ao aposentar-se, Breno Caldas queria que Hélio continuasse trabalhando para ele, mesmo que não mais tendo carteira assinada por sua companhia. Não era bem sua ideia: eram os anos finais da Caldas Júnior antes de sua venda, e o motorista tinha o sonho de ter um caminhão e trabalhar com entregas.
Acabou recebendo a chave de um veículo à sua escolha entre 18 que estavam na garagem da propriedade, escondidos dos credores. “Breno puxou um bolo de chaves do bolso e disse: ‘Escolhe uma. Pode pegar.’ Mais tarde fui lá e escolhi um caminhão.”
Graças à rápida passagem da titularidade dos documentos, Hélio pode ficar com o veículo até poucos anos atrás, quando parou de dirigir. “Não quero me gabar, mas nunca causei nenhum acidente. Com a idade, preferi pedir para o Júlio aqui me levar nos lugares. Não é agora que eu vou ter um solavanco e acabar machucando alguém”, preocupa-se.
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