Após inúmeras reclamações e preocupação por parte da população, nesta quarta-feira, 8, o Ministério da Saúde confirmou para a Secretaria da Saúde (SES) o envio de 41 mil doses da vacina pentavalente para o Estado, em caráter emergencial. Assim que chegarem, as doses serão enviadas pela SES para as coordenadorias regionais que disponibilizarão para os municípios.
A vacina passou por um período de indisponibilidade na rede devido a um desvio de qualidade identificado na sua produção por parte do laboratório Biological E. Recentemente, foram recebidas doses da vacina penta que se encontravam em processo de liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para então passarem por testes de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). Após a liberação pelo controle de qualidade, a vacina começa a ser distribuída para a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
A pentavalente protege as crianças contra difteria, tétano, coqueluche (pertussis), hepatite B (recombinante) e meningite por Haemophilus influenzae B e está indicada no esquema de três doses para menores de um ano de idade, sendo administrada aos 2, 4 e 6 meses de idade.
Desespero da população
No mês passado recebemos a reclamação de uma moradora de Canoas, que foi realizar a vacina Pentavalente no seu bebê de dois meses, no posto de saúde situado na Marechal Rondon, bairro Niterói, onde, de acordo com a mãe, lhe foi informado que esta vacina, que é obrigatória e protege de 10 doenças, está em falta na rede pública e sem previsão de chegada, e que, portanto, não adiantaria procurar outra unidade da cidade para fazer, somente particular. Este era o caso de diversos pais, mães e tutores de Canoas que contavam com a vacina de forma gratuita.
Na época, nossa equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Saúde do município de Caoas, que confirmou a informação. Em nota, a Secretaria repetiu o texto que já havia sido publicado em novembro de 2019, que diz:
“O município, assim com diversas outros municípios do Brasil, sofre com o desabastecimento das vacinas Pentavalente, que previne doenças como tétano, difteria, coqueluche, Haemophilus influenza e Hepatite B, e a vacina DTP, que protege contra o tétano, difteria e coqueluche. A vacina Pentavalente faz parte do Calendário Nacional de Vacinação aos 2, 4 e 6 meses de idade, já a DTP é aplicada aos 15 meses e aos 4 anos. De acordo com informações repassadas pelo Ministério da Saúde para Canoas, os lotes de vacina Pentavalente, adquiridos de um laboratório da Índia, foram rejeitados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por apresentarem grumos e não terem garantia de eficácia. Já a vacina DTP não vem sendo disponibilizada pelo Governo Federal por falta de matéria-prima. A Secretaria da Saúde de Canoas está trabalhando junto com as demais cidades vitimadas pelo desabastecimento para tencionar o Ministério para regularização o mais rápido possível“.