Os 380 trabalhadores demitidos, vinculados ao Contrato 64, esperam que nesta sexta-feira, 12, que as empresas, Associação Beneficente Canoense (ABC), juntamente com a Associação São Miguel, formalizem o empréstimo de R$ 4,5 milhões junto ao Banrisul para saldar as suas verbas rescisórias. Caso não haja acordo, funcionários ameaçam entrar em greve.
A audiência está marcada para as 11hs, no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4).
Os funcionários que encerarão os seus vínculos empregatícios no dia 31 de julho, contemplam os serviços de recepção, limpeza, além de agentes de saúde, enfermeiros, técnicos e médicos de programa do município.
Na última sexta-feira, 5, ocorreu uma reunião de mediação no TRT-4, com a presença dos sindicatos da categoria (Sindisaúde-RS), Associação São Miguel e membros do Executivo, onde foram discutidos assuntos como a garantia dos direitos dos funcionários demitidos, a manutenção dos postos e a possibilidade do empréstimo.
O Sindisaúde convocou os 380 funcionários demitidos, após mediação que ocorrerá no TRT-4, para uma assembleia no pátio do Hospital Nossa Senhora das Graças, às 14hs, onde deverá ser votado se haverá paralisação das atividades, caso persista a situação. “Lutamos para evitar a possibilidade de demissão em massa, gerada pela incompetência da gestão que ‘quarteirizou’ a saúde da cidade, e para garantir o pagamento das verbas rescisórias a quem for desligado”, informou o secretário-geral do sindicato, Julio Jesien.
Posicionamento da Prefeitura
Por nota, a Prefeitura de Canoas se diz atenta à situação da saúde no município, e informou que nenhuma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) será fechada e os atendimentos na saúde serão mantidos . Ressaltam que o Hospital Nossa Senhora das Graças seguirá atendendo normalmente, conforme outro convênio vinculado com a Prefeitura.
“A continuidade do trabalho será feita por uma nova empresa, a prefeitura abrirá um edital de licitação para contratação de uma nova prestadora de serviços de recepção, portaria, higienização, limpeza e almoxarifado em todas as unidades, e a previsão é que a nova empresa comece a trabalhar já quando o contrato com o HNSG se encerre, para que nenhum serviço seja prejudicado. Já os profissionais de saúde aprovados e processo seletivo estão sendo chamados pela Fundação Municipal de Saúde”.
Preocupação com as demissões
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, o vereador Marcos Vinícius Machado, o Quinho (PDT), se diz preocupado com essas demissões e ressaltou a evolução do acordo que poderá se fechar nesta sexta-feira. “São 380 famílias, isso para a cidade de Canoas mexe na questão do desemprego”. O vereador tem acompanhado as audiências e diz que os vereadores estão unidos aos servidores. Há um ano, uma comissão especial na Câmara Municipal acompanha os desdobramentos do término do Contrato 64.
“Centenas de trabalhadores estão sem saber o que vai acontecer quando acabar o contrato da gestão, dia 31 de julho, e nos procuraram em massa. Estão prontos para lutar até o final, e o Sindisaúde-RS levará essa briga até o final. Não temos a garantia absoluta que eles cumprirão o acordo, precisamos ver tudo assinado“, complementou Julio Jesien.