Não é uma surpresa para os canoenses que, o outrora tão imponente Hospital Nossa Senhora das Graças hoje vive situação delicada. Em crise e com dívidas históricas, atualmente a instituição é gerida pela Associação Beneficente São Miguel (ABSM). Com um atrito já controlado, no último mês, após a demissão de diversos funcionários, a nova gestão tenta recuperar a credibilidade do local. O desafio não será fácil, conforme o que afirma o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (Sindisaúde – RS), Arlindo Ritter. Ele concedeu entrevista ao jornal Timoneiro, onde relatou a atual relação do hospital com seus funcionários.
“A nossa expectativa não é boa. Não temos relação de confiança com eles. Os funcionários demitidos foram pagos, isso temos que admitir, mas essa entidade não dá garantia de estabilidade para o hospital”, afirma Arlindo. Para ele, o atual formato, com uma gestão a partir de uma organização social, não é o melhor caminho: “Nosso problema é a terceirização. Nossa luta é por política de estado para a saúde, ele deveria assumir seu papel e administrar essa instituição. Da atual maneira, e sabendo do histórico da entidade, a nossa expectativa é de total insegurança”, completa.
Arlindo ainda cobrou mais transparência no hospital: “Não temos acesso a informações e nem sabemos como vão administrar a dívida do local. Estamos atentos e temos certeza que o resultado vai ser ruim. O prognóstico, para nós, não é bom”, afirma.
Em reunião, no mês de abril, o Simers cobrou dos dirigentes da Associação São Miguel, o cronograma para o pagamento em atraso dos médicos. Depois das negociações, chegou-se um denominador comum: o passivo de até R$ 1 milhão será parcelado em 30 vezes, com pagamento a partir do dia 20 de maio. As dívidas acima desse valor serão divididas em 45 parcelas, também a partir da mesma data.