
Jorge Uequed – Momento Político

Gracinha
A situação financeira e administrativa do Hospital Nossa Senhora das Graças é cada vez mais crítica. Não bastasse isto, as tentativas para encontrar algum gestor ou empresa gestora para ajudar na saída dos problemas também se tornou um problema. Inicialmente, um grupo queria os gestores do hospital Divina Providência. Depois de várias crises e mal entendidos, decidiu-se não aceitar a proposta. Começaram as buscas para tentar colocar a direção com o Hospital Ernesto Dorneles. A análise durou seis meses.
A crise se avolumava a e a necessidade de achar alternativas para evitar o fechamento do hospital ou a intervenção alertada pelo Ministério Público fez com que um membro da diretoria, Francisco Biazus, propusesse a Associação São Miguel, que tinha seu vínculo com o hospital de Gramado e que recentemente assumiu o Beneficência Portuguesa e o Hospital Belém Novo.
O Conselho da Associação Beneficente de Canoas (ABC) aprovou as negociações com a São Miguel, com a discordância de alguns conselheiros. A direção do Gracinha assinou o contrato e procura puxar a Prefeitura Municipal para dar apoio nas despesas, eis que sem dinheiro o hospital vai fechar.
A dúvida é: quem é o responsável pela contratação do Grupo São Miguel, a direção da ABC ou a Prefeitura? A diretoria da ABC fez pública nota na imprensa dizendo ser dela a responsabilidade por esta contratação.
Atrás de toda esta dúvida tem uma disputa político-eleitoral, embora as eleições sejam em 2022, a disputa já começou.
PPP da Corsan
A disputa político-eleitoral não é apenas no Gracinha, mas passou as barreiras da área da saúde pra ingressar na do saneamento.
A Corsan, que há muitos anos mantém exclusividade de água e esgoto de Canoas, tem grandes deficiências neste atendimento e pouco mais de 14% da sociedade tem esgoto cloacal em sua casa. Agora surgiu a possibilidade de uma Parceria Público-Privada para gerir o sistema de água e esgoto em vários municípios do Estado. O objeto de aderir a esta proposta, vários municípios do Estado já tiveram autorização das suas Casas legislativas para assinar estes contratos.
Atualmente, só Canoas ainda não assinou, e após várias tentativas, o projeto, que está na Câmara de Vereadores, não consegue ser apreciado, e tenho muitas dúvidas de que possa ser aprovado.
Os apoiadores da PPP dizem que praticamente 50% dos canoenses teriam nos próximos anos esgoto cloacal e aumento do fornecimento de água; isso faria ingressar mais de R$ 55 milhões na economia do município e a Prefeitura receberia recursos para eventuais consertos.
Aí começa a luta político-eleitoral para 2022. Um grupo de simpatizantes e amigos do ex-prefeito Jairo Jorge se manifesta contrário à aprovação da PPP pela Câmara e bloqueia a possibilidade dos 14 votos necessários para o consentimento da Casa legislativa. No último dia 18, estava prevista a provação do projeto, mas, como oito dos 21 vereadores já sinalizava que votariam contra, a base do governo decidiu adiar a votação. Este adiamento prejudica a assinatura da PPP, adia o ingresso de recursos e adia o início das obras.
O impasse está lançado. O grupo oposicionista não quer deixar entrar recursos e iniciar as obras, pois entende que isto significaria a reeleição do atual governo. Os governantes acreditam que as obras fariam contribuição a uma grande parcela da sociedade e melhoraria a sua qualidade de vida.
A dúvida está lançada. Quem vai vencer, a cidade ou a política?
DJ Cabeção
Na última edição, usei o termo “equivocadamente” para tratar da cadeira assumida pelo vereador DJ Cabeção (PDT), deixada pela perda de mandato do vereador Paulinho de Odé (PCdoB). A expressão equivocada não se refere ao vereador DJ Cabeção, mas à decisão, eis que quem deveria ser chamado para assumir era o vereador Paulo Ritter, filiado ao PT, ex-partido de Paulinho de Odé.
Como o DJ já havia deixado o PT, no entendimento consagrado pela Justiça Eleitoral, ele não era mais suplente daquele partido, e, portanto, a vaga do PT deveria ser para alguém do PT.
O vereador DJ Cabeção é um exemplar homem público, mas a função ao cargo, que é do seu ex-partido, foi um equívoco dos dirigentes que o colocaram lá.
50 anos de casamento
A dificuldade de locomoção impediu-me de comparecer ao jantar de homenagem ao casal Honório e Onilde (Niza), que ocorreu na última semana, no restaurante São Camilo.
É uma alegria para a sociedade e aos amigos quando um casal completa 50 anos de casamento, especialmente este vindo lá de Cacequi, com as dificuldades da vida, para aqueles que vivem do trabalho. Instalaram-se em Canoas, criaram seus filhos, têm uma vida digna, com organização familiar e religiosa e são um exemplo para os que buscam uma sociedade justa e respeitável. Que bom que nas dificuldades de hoje existam casais como este.