Canabarro Tróis filho
Ninguém é uma ilha
A folha virgem é um desafio. Mas, escrever pra quê? Defender uma causa nobre, um princípio moral, um regime político? Para anotar um compromisso? Um bilhete? Um poema? Endereço, telefone?
Às vezes, mesmo que faltem palavras, sobra um sentimento de necessidade. Necessidade de comunicação. Sentimento que devemos alimentar aceitando todas as provocações. Comunicação que nos une, reúne e fortalece.
Unidos, reunidos, vamos vencendo distâncias e diferenças. O poeta inglês John Donne (1572-1631) disse que “Nenhum homem é uma ilha, cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra”. Na verdade, derivando um pouco podemos dizer que nunca estamos sós, a todo momento há um “outro eu” intervindo. Não liguem, fiquem firmes na linha principal convivendo solidariamente. Só assim poderemos sobreviver.
Bagagem
“Entre o geral e o particular, meu coração balança. O genérico, universal, com seus dramas sem cara, quase teóricos de tão distantes, e o específico, localizado nas vilas da minha cidade, marcada pelos pés das crianças famintas porque nasceram do amor cego, pobre, ignorante, no contexto de um sistema sem amor. (Folha de Canoas, 4 agosto 1993).
Última palavra
“Canoas é órfã” (Carlos Santos Rocha, médico).