
Foto: Vinicius Thormann
Foi realizada nesta segunda-feira, 21, a entrega das propostas financeiras e dos atestados de capacidade técnica pelas empresas interessadas em realizar a gestão e o manejo dos resíduos da construção civil de Canoas. O projeto inclui a construção de uma usina que irá transformar lixo em matéria-prima. Duas empresas realizaram entrega da documentação na Sala de Licitações da Prefeitura, uma gaúcha e outra paulista.
A próxima etapa do processo licitatório é a análise técnica das empresas, que será realizada pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSU). Depois, se não houver recurso por parte de empresas, serão abertas as propostas financeiras. Se o processo de licitação ocorrer normalmente, a previsão é que o resultado saia em fevereiro. No mesmo mês, deve ser assinado o contrato de execução das obras.
Entenda o projeto
Em dezembro do ano passado, a Prefeitura de Canoas lançou edital para instalação de uma usina que vai transformar lixo em matéria-prima. Inédito no Rio Grande do Sul, o projeto de solução ambiental irá beneficiar cerca de 15 mil m³ de resíduos por mês. A empresa vencedora da licitação fará a gestão integrada e sustentável dos resíduos da construção civil, demolição e volumosos de Canoas.
Com previsão de início da operação em 2019, a usina será responsável por recolher, separar e beneficiar diversos tipos de lixo descartados em Canoas. O resíduo beneficiado, por sua vez, será transformado em material de construção (areia, pedra, brita) para uso nas obras de infraestrutura do município. Nestes moldes, trata-se da primeira usina municipal de reciclagem central de triagem e beneficiamento dos resíduos da construção civil, demolição e volumosos no Rio Grande do Sul.
Conforme o edital, que segue o modelo licitatório de Concorrência Pública. o município irá ceder uma área de cinco hectares no Parque Industrial Jorge Lanner para a instalação da nova usina. A cessão do terreno entra como contrapartida do projeto. Os custos para construção do complexo e a aquisição de máquinas e equipamentos para o funcionamento da usina ficarão por conta da empresa vencedora da licitação. O valor total estimado para viabilizar o empreendimento é de R$ 6 milhões.
Após o início da operação, o contrato prevê o pagamento de R$ 1,2 milhão mensais por parte da Prefeitura de Canoas pela prestação do serviço. Em média, a usina irá recolher, separar e beneficiar cerca de 15 mil m³ de resíduos por mês. A capacidade da empresa, porém, será 15% superior à essa quantidade. O projeto de instalação da usina de reciclagem é uma política pública adotada com base no Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil e no Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos, lei municipal criada pela Prefeitura de Canoas e aprovada em setembro deste ano.
Reciclagem para gerar insumos
Para se ter uma ideia do tamanho da mudança, a cidade gasta atualmente o mesmo valor (R$ 1,2 milhão) somente para recolher e dar um destino aos resíduos. Com a usina, os materiais serão beneficiados e transformados em matéria-prima para realização de obras. A empresa ficará ligada à Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSU), que será a pasta responsável por fiscalizar e gerenciar o trabalho da usina. A SMSU também planejou todo o projeto de gestão dos resíduos sólidos de Canoas.