Eleito governador do Rio Grande do Sul com 53,62 % dos votos, o ex-prefeito de Pelotas, Eduardo Leite (PSDB), concedeu entrevista ao jornal Timoneiro na última semana. Com 33 anos, Leite tem como maior desafio a situação crítica das contas do Estado. Entre outros focos apontados pelo novo governo estão a Segurança Pública, privatizações e requalificação de infraestrutura.
Primeiras ações
Eduardo promete, antes de iniciar seu mandato, que irá “trabalhar muito duro para superar a crise e retornar com o crescimento do Estado”. Para isso, ele estabelece pontos de foco no início do governo. Um deles é a apresentação, na Assembleia Legislativa, do Plano Estadual de Segurança Pública que abordará pontos como integração, inteligência, Parcerias Público-Privadas, serviços penitenciários e repressão imediata à criminalidade. Na área financeira, Leite cita a renegociação com o Governo Federal e a privatização de companhias do setor de Energia e Mineração. Outra pauta do início de mandato, de acordo com Eduardo, será a realização de um programa de requalificação da infraestrutura, com concessões à iniciativa privada para recuperação, construção e duplicação de estradas em todo o Estado e de acessos asfálticos aos municípios. Ainda, sobre a questão dos salários dos servidores, o governador eleito afirma que a regularização ocorrerá durante o primeiro ano de mandato.
Saúde
Canoas é referência para mais de 100 municípios em atendimento de saúde. De acordo com a atual gestão do município, isso prejudica o serviço na cidade e causa superlotação. Leite foi questionado sobre esta situação e sobre o que pretende fazer na área: “Vamos ampliar o acesso da população: os serviços devem ficar mais próximos dos usuários. Vamos investir em sistemas integrados e inteligentes de gestão para colocar o paciente certo no local certo, no momento certo, nas mais diferentes especialidades”. Ainda nesta área, o governado eleito promete atenção especial para quitar passivos e manter em dia os repasses aos hospitais. A ideia também é, segundo ele, focar na prevenção e no fortalecimento da prioridade à atenção primária e de programas como a Estratégia Saúde da Família, o Programa Infância Melhor e os Núcleos de Apoio à Saúde da Família.
Sistema Penitenciário
A Penitenciária de Canoas (Pecan) é um importante e muitas vezes polêmico ponto da estrutura prisional do Estado. De acordo com Eduardo, a política do novo governo será diferente nessa área. “Vamos construir uma rede de casas prisionais em parceria com a iniciativa privada, em que o Estado ocupa-se da segurança e o parceiro cuida da alimentação, rouparia, limpeza”. De acordo com ele, serão presídios com capacidade de no máximo 400 detentos. “Estudamos a criação de uma secretaria de administração penitenciária, que cuidará, entre outros, do caso da Pecan”, explica.
PPP da Corsan
Segundo Leite, a parceria público-privada (PPP) com a Corsan para ampliar o saneamento básico nas cidades gaúchas é positiva. “Nossa situação nessa área é muito ruim, estamos bem atrasados. Os investimentos para universalizar o saneamento são gigantescos, montantes que o Estado nem de longe possui”. Canoas é o único município que ainda não assinou a PPP. Diversos movimentos se mostraram contrários ao acordo e realizaram manifestações na Câmara de Vereadores. O assunto também já foi motivo de audiência pública no legislativo municipal.
Bolsonaro
Ao final do primeiro turno das eleições, muitas especulações ocorreram por conta das alianças para o segundo turno. Como resultado, se consolidou o apoio de Sartori a Jair Bolsonaro, que não teve o impacto suficiente para uma vitória. Questionado sobre sua atual posição sobre o agora Presidente eleito pelo PSL, Eduardo é enfático: “Vamos apoiar o que for para o bem do país e do Rio Grande do Sul sem participar do governo”.