O Jornal Timoneiro tem apontado, em diversas edições, a situação crítica vivenciada pelo Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG). Entre diversas tentativas de recuperação, a instituição não parece ter força para arcar com uma dívida milionária e que cresce mês a mês. A falta de estrutura e a recorrente superlotação também colaboram com o período dramático do Gracinha.
Na manhã da quarta-feira, 31, foi iniciada uma nova tentativa de salvar a importante instituição canoense. Na ocasião, o prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato (PTB), se reuniu com os promotores Rafael Russomanno Gonçalves e Sônia Madalena Silveira Bonilla, com os representantes do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e com a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores. O encontro ocorreu na comarca do Ministério Público Estadual (MP) em Canoas e teve como pauta a busca de soluções para a grave crise enfrentada pelo HNSG.
A Prefeitura de Canoas manifestou preocupação com a situação pré-falimentar em que se encontra a instituição. O hospital, que é privado e administrado pela Associação Beneficente Canoas (ABC), enfrenta grande crise financeira e administrativa. Tanto a Prefeitura como o Simers relatam que há falta de diálogo da ABC junto às demais instituições. “A solução deste problema, que se arrasta há anos, depende de ações exclusivamente da ABC. É dela a responsabilidade de manter o hospital em pleno funcionamento e manter a sanidade fiscal e administrativa. Nós estamos agindo fortemente para evitar a falência do hospital, buscando soluções plurais e dentro da lei”, afirmou o prefeito Luiz Carlos Busato (PTB).
Na próxima semana, um novo encontro entre Prefeitura de Canoas, Ministério Público e Simers deve ocorrer e desta vez são esperados representantes da Associação Beneficente Canoas. De acordo com a atual gestão, a ideia é elaborar um plano de salvação do hospital, através da mudança radical da gestão, com base na legislação.
Crise
A Prefeitura repassa à empresa administradora do Hospital Nossa Senhora das Graças aproximadamente R$ 6,5 milhões. De acordo com a gestão, esses pagamentos são feitos para que os moradores de Canoas tenham atendimento através do Sistema Único de Saúde nas mais diferentes especialidades, desde a emergência até exames e procedimentos de cirurgia. O valor também é repassado para que os funcionários do hospital e suas terceirizadas tenham todos os meses seus salários pagos na data certa. O que não ocorre atualmente.
Os promotores ainda ouviram relatos do médico Omar dos Santos, representante do corpo clínico do hospital, de que existem prestadores de serviço que há mais de dois anos têm pagamentos em atraso. Já a diretora do Simers, Clarissa Bassin, contou aos membros do MP que, inclusive, valores que são repassados ao hospital por planos de saúde particulares, como pagamento por consultas e procedimentos, não chegam aos médicos.