Timoneiro

Emergência do HPS opera acima de capacidade normal

O sistema de saúde de Canoas parece não ter forças para se recuperas de frequentes crises. Dois dos três hospitais da cidade sofrem com crises estruturais e superlotações recorrentes. Nas últimas semanas, o jornal Timoneiro destacou a situação do hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG). Desta vez, o destaque negativo é para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), que registrou, nos últimos dias, de acordo com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), uma superlotação de 125% da capacidade.

Na última quinta-feira, 13, o sindicato fiscalizou o atendimento no local e constatou que havia 88 pacientes para 39 vagas, por volta das 22h. A instituição ainda alertou que a estrutura não suporta a demanda e que não há número de médicos adequado para efetuar o atendimento.

“A situação é extrema, pois se trata de um Pronto Socorro, que é referência para atender mais de 150 cidades”, diz a entidade, em nota. Ainda, segundo o relato, a sala vermelha do hospital tinha 11 casos para seis vagas, a amarela somava 24 internados para 14 leitos, a laranja tinha nove doentes para seis leitos, e a verde, que tem 14 poltronas, registrava 24 casos em observação.

Sala roxa

O Simers também criticou a organização interna do HPS, com a existência da sala roxa: “a saída do HPSC foi criar a sala “roxa”, onde as pessoas que deveriam estar internadas em leitos nas unidades especializadas ficam numa espera de até 10 dias ou mais sem saber quando terão vaga. A cor roxa não faz parte do protocolo de classificação de risco”. Segundo um gestor, a sala foi a alternativa para que os pacientes não ficassem nos corredores. “É a primeira vez que vejo criarem uma sala “roxa” para manter pacientes que deveriam já estar internados”, reagiu o diretor do Simers, André Gonzales. “O quadro é muito grave, vamos ao Conselho de Saúde, MP e prefeitura”, adiantou o diretor.

O que diz o Gamp

Em nota, o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (GAMP) ressalta: “Canoas é referência para os municípios da região metropolitana. O Hospital de Pronto Socorro de Canoas está atendendo acima de sua capacidade, situação que se repete, também, em outras unidades de saúde. No entanto, por ser uma instituição porta aberta, a equipe tem prestado toda a assistência possível e necessária à população que procura atendimento”.

HNSG

A superlotação nos demais hospitais da cidade também passa pela situação do HNSG, que chegou a ter seu setor de emergência fechado no último mês. No entanto, após o anúncio do restabelecimento do atendimento SUS na emergência, continuaram chegando relatos de superlotação e de pacientes não atendidos no setor do Graças. A situação é monitorada por comissão na Câmara de Vereadores, constituída por integrantes da direção da ABC e do hospital, médicos, funcionários, Conselho Municipal de Saúde e pela Secretaria Municipal de Saúde.

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