MONIQUE LEOTE MENDES*
A nova gestão do Sindicato dos Municipários de Canoas (Simca) assumirá oficialmente no dia 24 de outubro, mesma data do aniversário da entidade. Apesar de ainda estar em processo eleitoral, as eleições não tiveram oposição, portanto, a chapa única formada pela atual presidente Teresinha Antqueviezc continuará à frente da entidade por mais três anos. Com olhar voltado para a qualidade da gestão e a incansável luta pela defesa e proteção dos direitos dos servidores públicos de Canoas, a atual e futura presidente da entidade fala para o Timoneiro sobre sua atuação no Simca e o que se pode esperar para essa próxima gestão.
Timoneiro – Qual o papel do Simca e sua importância para os municipários de Canoas?
Teresinha – A entidade iniciou as atividades em 24 de outubro de 1988 e teve como primeiro presidente Aroldo Carvalho Leão. Ela surgiu com a finalidade de defender, garantir os direitos legais, negociar melhores salários e tudo que favorecesse a categoria. Na época, tínhamos grande dificuldade de negociação quando o assunto era questão de aumento salarial, já que os reajustes não eram repassados para o servidor. Somente diante de organização da classe, greves e paralisação é que se conseguiu melhores salários e aumentos.
Timoneiro – Como você avalia sua gestão anterior e o que esperar para próxima?
Teresinha – Estou à frente deste sindicato desde 2008 e, neste período todo, a gente tentou cumprir com nosso dever, com nossa proposta. Lutamos incansavelmente pelos servidores e estivemos ao lado deles em qualquer situação. O servidor não era ouvido, não tinha diálogo, nenhuma política de RH voltada para favorecer a classe. Uma das nossas conquistas nessa diretoria foi o próprio RH, que atende o servidor no 4° andar no Banco do Brasil, entre tantas outras. Quanto à estrutura, quando iniciamos essa gestão tínhamos 400 sócios e ainda assim apenas 180 contribuíam com o sindicato. A gente reformulou toda a situação, informatizou, modernizou também a estrutura da sede e salão. Tivemos perdas de questão patrimonial que não conseguimos reverter por estar em processo judicial, mas quitamos as dívidas que o Simca tinha com Previdência, principalmente com a Receita Federal.
A partir de agora tende a melhorar mais. Queremos propor concursos, mesa de diálogos, quero que as entidades sejam recebidas. Temos também convênios com farmácias, mercados, hotéis e empresas voltadas ao lazer, pensando no descanso do servidor. Em breve estaremos colocando um centro de informática para que possamos auxiliar aos colegas e implementar cursos de qualificação, tanto para eles quanto para os seus filhos. Esse é um projeto que a gente vai alcançando com parcerias.
Timoneiro – Você é mulher e representa uma entidade com grande representatividade na cidade. O que te impulsionou a encarar esse desafio?
Teresinha – O que me motivou a estar à frente desta entidade sindical foi justamente as injustiças a qual eu passei como trabalhadora, como servidora por não ter um RH que nos desse uma informação correta. Na época, além de eu sofrer perseguições, assédio moral, a gente não tinha informação e quando buscava diziam que era assim mesmo. Cheguei a ficar três anos sem salário, e em nenhum momento eu parei de trabalhar apesar de estar aqui lutando e passando necessidades. A ajuda dos meus colegas foi de um valor imensurável. Estou aqui para dar um pouco do que recebi. Tenho vontade de fazer a diferença e de não deixar que os colegas passem por aquilo que eu passei, justamente por eu ser mulher.
Timoneiro – Deixe uma mensagem para os servidores que confiam no seu trabalho?
Teresinha – Que nossos colegas se tornem sócios. É importante que todos nós estejamos organizados em defesa da classe em si. Sabemos que houve uma tentativa com a retirada do imposto sindical de desmobilizar nossos sindicatos. Não existe nada sem luta e sem organização, precisamos estar juntos e unidos. Dar força para sua entidade. Qualquer sindicato seja ele qual for, só vai ter força se a classe trabalhadora estiver junto, contribuindo, indo nas assembleias, sindicalizando-se e também cobrando da diretoria. Nenhuma diretoria vai trabalhar se não tiver cobrança, isso é democracia.