O 2º Juizado da Infância e Juventude da Comarca de Porto Alegre determinou, na última semana, a interdição do Instituto Brasileiro de Amparo ao Excepcional (Ibramex). O Local foi denunciado por maus tratos aos acolhidos e teve o registro no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente cassado.
De acordo com reportagem publicada no site G1, a autora da decisão, juíza de Direito Nara Cristina Neumann Cano Saraiva, ainda determinou que a transferência e nova acomodação dos acolhidos sejam providenciadas. O advogado da instituição, Edimar de Abreu Vargas, afirma que as transferências já estão em curso e que o Ibramex acatará a decisão de interromper as atividades.
Denúncias apontavam que os acolhidos não recebiam o tratamento adequado, recebiam comida estragada, eram amarrados nas camas e sofriam com maus tratos. Cerca de 30 pessoas, entre crianças e adultos, viviam no local.
A reportagem ainda informa que o instituto abriu as portas em agosto de 2014, em Porto Alegre. Em 2015, o Ministério Público instaurou um processo, pedindo o fechamento da instituição na Justiça, diante das denúncias de irregularidades no local. A instituição funcionava em Porto Alegre, mas foi transferida, este ano, para Canoas, sem o conhecimento da Justiça.
Histórico
O Ministério Público do Rio Grande do Sul já tentava há três anos fechar o Instituto Brasileiro de Amparo ao Excepcional (Ibramex). “A instituição não tem a menor condição, não apresenta qualificação para atender o público. Falta equipe técnica, falta alimentação, a medicação é vencida. Falta higiene. Não há um trabalho sério, profissional no intuito de cuidar daquela criança ou adolescente”, diz a promotora da Infância e da Juventude, Cinara Dutra Braga. Segundo ela, o Ministério Público entende que todos os atendidos estavam em risco de saúde no local. “Eu diria até risco de vida”, reforça. No processo, o Ministério Público juntou fotos dos freezers vazios, de alimentos estragados e até depoimentos de ex-funcionários do Ibramex confirmando a situação do local.