SIMONE DUTRA*
Após a notícia da morte de seu filho, em dezembro de 2014, Istelamar Silva Azevedo, 52 anos, com a ajuda das duas filhas, uma neta e do marido, encontrou forças para criar a ONG Transformando Dor em Amor, que é um centro de acolhimento de mães e um projeto de transformação social a mulheres que perderam seus filhos e entes queridos para a criminalidade, alcoolismo, drogas, enfermidades, dentre tantos outros fatores.
No mesmo ano em que foi criado o projeto, Istelamar recebeu o Prêmio Líder Comunitário Clésio Aires de Oliveira, através da Câmara de Vereadores de Canoas, pelo trabalho desenvolvido. O centro, que hoje conta com nova sede, no bairro Rio Branco, cedida pelo Sr. Luiz Antonio Possebon, é referência na cidade por oferecer oportunidade para que mulheres possam experimentar novas formas de interação e inserção social e emocional.
“Eu queria me matar, eu enlouqueci. Então eu consegui me levantar e pensei que outras mães também sofrem assim como eu, entram em depressão e não têm com quem conversar. Hoje as mulheres que frequentam a ONG encontraram conforto; hoje esta é a minha segunda casa”, relata a fundadora.
As atividades são abertas a toda comunidade, e envolvem aulas de zumba, ritmos, ginástica funcional, capoeira, cursos de culinária, crochê, EVA, lixo luxuoso, patchcolagem, películas de unhas e joinhas, reforço escolar, defesa pessoal, boxe, mediação de conflitos, brechó, atendimento psicológico. Em breve, serão também oferecidos curso de primeiros socorros, “mães com as mãos na obra”, corte e costura, judô, ballet, oficina de artesanato em pneus e psicopedagogia. Quem quiser doar, ser parceiro do projeto ou se inscrever, deve entrar em contato pelo telefone 51-981206293 ou email tda_ong@yahoo.com.
Vidas transformadas
Marilene Guedes é uma dessas pessoas que também tiveram a vida transformada. “Estou na zumba desde 2016. Minha vida ficou melhor, tenho mais ânimo. O sonho da Istela está se concretizando, pois quem sofre traumas com a perda de entes queridos encontra abraço e apoio técnico aqui”, revela.
Lucimar Benedito entrou em depressão após o falecimento do marido. “Eu entrei no projeto há um ano, após ficar viúva. Neste período, eu acabei tendo um problema na minha perna. A ONG, através dos grupos, tem me ajudado muito”, conta.
Para Angelita Xavier, que também é uma frequentadora do centro, a ONG Transformando Dor em Amor abriu oportunidade para as atividades físicas de toda a comunidade, cursos super importantes, prestação de serviços, “enfim, tudo de bom, obrigado por existir”, finaliza Angelita.