O segundo entrevistado na série de conversas com os pré-candidatos ao Piratini é o indicado pelo PT, Miguel Rossetto. Ele esteve na redação do jornal Timoneiro na última segunda-feira, 16. Entre suas propostas, Rossetto evidenciou e repetiu o termo “desorganização”, referindo-se ao atual governo e prometeu recuperação fiscal e retomada do crescimento econômico no Estado.
Perfil
Questionado sobre sua motivação para disputar o cargo de governador do Estado, Rossetto afirma que se anima diante do compromisso: “Tenho plena confiança que podemos sair dessa crise. Temos estrutura que nos permite pensar uma saída, recuperando uma agenda de desenvolvimento”, complementa. Ele ainda cita as gestões passadas do PT como fonte de aprendizado para atuar novamente.
Pilares
Sobre os clássicos pilares da sociedade: Saúde, Educação e Segurança, Rossetto não poupa críticas ao atual governo: “Não é possível aceitar tamanha desorganização”. Na Saúde, ele propõe aproximação do estado com os municípios e maior planejamento para valorizar as entidades de Saúde Pública. Já sobre Educação, Miguel ressalta a recuperação da escola “como espaço de paz e aprendizado”, além de maior foco na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). “Temos que ter escola de qualidade, que prepare nossa juventude para trabalhar e viver no século XXI”, concluiu. Na área de Segurança Pública, mais críticas: “O governo atual desorganizou a Segurança Pública do RS. Temos menos efetivos em todas as áreas. Essa insegurança aumenta a criminalidade e assusta a população”, relata. Rossetto também questiona a estrutura e política dos presídios gaúchos.
Mobilidade
“Temos problemas importantes na malha de mobilidade do RS”, avalia o pré-candidato. Ele afirma que, se eleito, irá retomar a agenda de reestruturação ferroviária e hidroviária do Estado. Miguel também citou a obra da 448 que, segundo ele, deu segurança à população de Canoas e região, e prometeu a conclusão da duplicação da ponte do Guaíba e da 116.
Economia
Rossetto afirma que o Estado deve priorizar a retomada de crescimento econômico. Para isso, ele propõe uma recuperação do ambiente de investimentos e consequente aumento de arrecadação. “Também iremos tomar políticas de controle de gastos, melhorar a gestão e resolver a dívida do Estado, que foi muito mal negociada”. Miguel promete construir uma via de negociação para zerar a dívida do Estado: “É uma medida fundamental para colocarmos o Rio Grande em uma agenda vencedora e otimista”. Sobre os atrasos aos servidores, decorrentes dessa crise, Rossetto é categórico: “A primeira medida é pagar em dia. E inaceitável que o governo atrase. Há uma relação atual de desrespeito absoluto com os profissionais”.
Contexto político
Para Rossetto, vivemos uma situação de instabilidade “dramática”. Segundo ele, o país se afastou de sua estabilidade democrática desde o Impeachment de Dilma Rousseff. Ele defende Lula, afirmando que o ex-presidente é inocente, e pede sua liberdade: “Essa é uma condição democrática do nosso país. Queremos eleições livres, limpas”, concluiu.
Sociólogo, Miguel Rossetto é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Eleito deputado federal em 1994 pelo PT, foi vice-governador do estado do Rio Grande do Sul, no período de 1999 a 2002. Foi Ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Secretário-Geral da Presidência da República nos governos do PT.