Um caso envolvendo a morte de uma bebê de apenas um ano chamou atenção dos canoenses durante a última semana nas redes sociais. Silvio William de Oliveira e Bruna de Brito, pais de Laura Mikalley de Brito, usaram a internet para denunciar o que ocorreu com a filha entre os dias 7 e 8 de novembro. Eles afirmam que houve erro médico na UPA Boqueirão, administrada pelo Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG). A reportagem de O Timoneiro visitou os pais de Laura, na última terça-feira, 14.
Pior desfecho
Bruna conta que, na terça feira, 7, Laura ela estava com vômito e diarréia. “Pela tarde ela começou a fazer febre e a bochecha começou a inchar. Como a febre chegou aos 39 graus, levei ela na UPA”, diz a mãe. Ele ainda afirma que a pediatra deitou a bebê em uma cama, olhou o ouvido dela e disse que o problema era uma infecção no ouvido (otite): “Só deram um remédio para diarréia e receitaram remédio para pegar no outro dia, para a infecção”. Na quarta-feira, 8, pela manhã, segundo Bruna, a bebê não estava respirando. “Foi ali que liguei pra minha cunhada, que levou ela para a UPA novamente. Tentaram reanimar ela, mas não deu”, concluiu. O pai da criança reafirma que, para eles, houve erro e negligência médica: “Vamos correr atrás, a justiça tem que ser feita”. Os pais de Laura registraram boletim de ocorrência, onde foi encaminhado pedido de necropsia, devido a “suspeita de negligência médica”. O laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) será liberado em aproximadamente 30 dias.
HNSG
Após a grande repercussão do caso, a entidade se manifestou em nota oficial, assinada pelo Dr. Eduardo Emerim, Diretor Técnico da EMMED, empresa de serviços em Saúde que atua na UPA Boqueirão através de convênio entre o HNSG e a Prefeitura de Canoas. Segundo o médico, “o caso clínico da paciente não dava sinais de gravidade ou necessidade de urgência em atendimento”. Ainda, de acordo com Emerim, foi constatado que, além de uma gastroenterite aguda, Laura tinha uma otite média no ouvido direito: “A criança, então, como não apresentava nenhum sinal de maior gravidade, foi liberada”. No segundo atendimento, o Dr. afirma que a criança foi “encaminhada diretamente para a Sala Vermelha, onde uma segunda profissional médica inicia manobras de ressuscitação cardiopulmonar durante quarenta minutos, porém sem sucesso. Foi emitido um atestado com o diagnóstico de Broncopneumonia e choque séptico”. No texto, o diretor médico afirma que a principal hipótese da causa da Broncopneumonia é relacionada ao vômito: “Sabe-se que crianças nesta idade podem vomitar e se asfixiar com o vômito, e este líquido pode ter penetrado nos pulmões enquanto a menina e seus familiares repousavam, conforme informação fornecida à equipe, assim provocando uma broncopneumonia por aspiração”.
Afastamento
“De qualquer forma, para segurança de toda a equipe, a médica que prestou o primeiro atendimento encontra-se afastada de suas funções em nossas Unidades por tempo indeterminado até que se esclareçam os fatos definitivamente”, concluiu o médico.