A tradicional entrevista com o Presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação Municipal de Canoas (Sinprocan) durante as comemorações ao Dia do Professor infelizmente ganham a mesma tônica, ano após ano. Mais uma vez, Jari Rosa de Oliveira afirma que a categoria não tem o que comemorar neste momento. “Cada vez a coisa vai ficando pior. Faltam professores e não temos condições de trabalho”.
História
Fundador do sindicato, Jari completou, em 2017, 24 anos de atuação junto à categoria. Durante a maior parte desse tempo foi presidente da entidade, ficando fora por apenas três anos, de 2005 a 2008. O ciclo agora encerra, por decisão própria. No dia 20 de dezembro o atual presidente do sindicato entrega o cargo para a nova diretoria, que será escolhida no dia 5 do mesmo mês. “Durante esse tempo, conseguimos algumas conquistas”, relembra Jari. Ele destaca que a categoria sempre exigiu que a lei fosse cumprida. “Conseguimos o planejamento da carga horária de funcionários, além da eleição dos diretores das escolas de ensino fundamental. Ainda estamos na luta para que as escolas de ensino infantil tenham o mesmo”
Patrimônio
“O sindicato cresceu. Começamos do nada, numa salinha alugada, com cadeiras emprestadas, cheias de cupim”, conta Jari. Ele ainda comenta que houve muita persistência das diversas diretorias que passaram pelo sindicato. “Hoje estou saindo e deixando um patrimônio bem regular”, afirma. O Sinprocan conta atualmente com sede própria no centro da cidade, equipada com um auditório para 100 pessoas. Além disso, a entidade conta com uma sede na praia e um carro. A gestão, segundo ele, não deixa nenhuma dívida e se mantém se nenhuma ajuda, apenas com a receita da mensalidade dos associados.
Nova gestão
Jari conta que o sindicato tinha esperanças de melhorias com a nova administração municipal, comandada por Luiz Carlos Busato (PTB). A expectativa, segundo ele, não foi correspondida. “O secretário de educação é um professor, mas infelizmente não pôde fazer nada. Continuamos guerreiros, continuamos lutando mas só com a força de vontade, por que recompensa e reconhecimento não temos nada”, afirma.
Impasse
Outra questão apontada por Jari, que tem repercutido na última semana, é uma reunião com o secretário da Fazenda do município, na segunda-feira, 9, onde foram anunciadas algumas mudanças administrativas. O sindicato divulgou isso em suas redes sociais. De acordo com a publicação do sindicato, será enviado projeto de lei à Câmara de Vereadores retirando o direito dos funcionários de Canoas de receberem em dinheiro a licença Prêmio; será cortado o subsídio do rancho aos aposentados; será cobrada a diferença do valor do rancho básico de janeiro, fevereiro, março e abril e o rancho do mês de outubro (especialmente gratuito) não será presenteado aos funcionários.
“A repercussão sobre isso está muito grande. Estamos chamando o pessoal para que todos se organizem. Estamos monitorando o momento em que o projeto for enviado à câmara”, afirma Jari.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Canoas informa que a licença prêmio dos servidores municipais não será extinta. “O Executivo Municipal ainda estuda um novo formato para o benefício. O projeto de lei está em processo de construção e não há data para que seja enviado à Câmara de Vereadores. Com relação ao subsídio do rancho aos aposentados e o desconto dos funcionários relativo à diferença do rancho no período de janeiro a abril 2017, a Prefeitura destaca que deve atender os apontamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O Executivo Municipal deverá proceder conforme orientação do TCE, sob pena de sofrer sanções do tribunal.”