Timoneiro

Trilhos Sonoros abre sua nova sede no bairro no Mato Grande

Marcelo Grisa

No bairro Mato Grande, uma família procura levar uma alternativa a jovens através da música erudita. O Trilhos Sonoros oferece aulas gratuitas sobre instrumentos como violino, flauta doce, violão e clarinete para crianças e adolescentes, além de organizar uma orquestra comunitária. Apresentações do grupo já ocorreram em asilos, igrejas, escolas e até na última edição da Feira do Livro de Canoas, em junho. A partir da última semana, o projeto conta, inclusive, com sede própria.

O mentor dessa turma que já tem 25 pessoas é o maestro paraense Augusto Souto. Ele veio morar no Mato Grande para cursar Mestrado em Educação na UFRGS, após um período em um mestrado de música na Campbellsville University, nos Estados Unidos. Na bagagem, com sua vivência, veio a vontade de deixar a música para quem mais precisa.
Augusto já havia desenvolvido projetos semelhantes em sua terra natal, Belém, e agora procura ajudar pequenos gaúchos em situação de vulnerabilidade social. A caminhada, segundo o maestro, foi longa. “Comecei ensinando flauta doce dentro da vila Araçá e depois, por meio da aprovação em editais de cultura municipal como o microcrédito cultural e o Programa de Incentivo à Cultura, adquirimos outros instrumentos”, lembra.

Morando até hoje no bairro, Augusto Souto também utiliza a convivência com as famílias da região para aprimorar-se ainda mais. “Minha pesquisa de doutorado ouviu os pais das crianças e constatou que eles entendem o projeto Trilhos Sonoros não apenas como um projeto de desenvolvimento técnico em determinado instrumento, mas que tem contribuído com uma mudança na própria rotina familiar, melhorando o relacionamento”, aponta.

O Trilhos Sonoros, entretanto, não é uma iniciativa somente de Augusto, mas de toda a família Souto. Sua esposa, Ana Cleide, estudou piano na juventude, sendo apta a ajudar os mais novos alunos com aulas de teoria musical. Sua filha, Letícia, dá aulas de violino e clarinete, além de ajudar o pai na condução da orquestra. O filho, André Felipe, é o técnico de som e baterista do grupo.
Agora que o projeto tem sua sede própria na Rua Wenceslau Braz, número 161, o objetivo é expandir em quantidade e variedade. O objetivo máximo de Augusto Souto é que o Trilhos Sonoros torne-se o que chama de Escola Comunitária de Música de Canoas. “Queremos atender novos alunos no contraturno escolar. Precisamos de professores voluntários de trompete, saxofone, teclado violão, bateria, violino, clarinete, trombone e flauta transversal”, explica.

O local que abriga a sede foi alugado com a ajuda de colaboradores dispostos a cobrir os custos da orquestra comunitária. O Trilhos Sonoros foi abraçado pela comunidade através do resultado na vida dos jovens e de seus famílias. O maestro Augusto sente que o progresso é palpável. “A gente felizmente tem sido referência no que diz respeito a uma educação musical comprometida com o desenvolvimento transformador de crianças e adolescentes carentes,” assegura.

Sair da versão mobile