Marcelo Grisa
O jornal O Timoneiro completa 51 anos de vida neste sábado, dia 29 de julho. Destaca-se, desde sempre, pela marca profunda na vida cultural, social e política na sociedade de Canoas.
Todo este trabalho, de acordo com o diretor da publicação, Jorge Uequed, é resultado de muita coragem. “Não é a coragem física. É a coragem mental de se posicionar. De publicar aquilo que a sociedade tem o direito de saber. Não o que muitas vezes os detentores do poder ou dos grupos econômicos querem que se publique”, explica.
Desde 1966, O Timoneiro defende causas ligadas ao município de Canoas. Desde a implantação do bairro Guajuviras, passando pelas dificuldades de transporte de ônibus, de falta de cuidado com o patrimônio público. No século XXI, chegamos em temas como a situação do extinto Grêmio Niterói, o desmatamento de locais históricos e, mais recentemente, à situação das casas de saúde e de vários bairros assolados por alagamentos.
Para o fundador do jornal, Antônio Canabarro Tróis filho, o papel de O Timoneiro é o do bom combate. “As pessoas muitas vezes miram na Capital, Porto Alegre, para seus projetos. Mas quando elas têm um problema, quando a situação aperta, eles vêm até nós. Os canoenses sabem que podem contar conosco”, afirma.
Sempre de olho na vivência da cidade, Tonito aponta para a Cultura como o novo desafio da cidade. “Precisamos ter a formação nas escolas e, acima de tudo, valorizar o trabalho local. Nossa Feira do Livro, por exemplo. Precisamos que ela seja o espaço de mostrar o que temos aos outros em termos de Literatura, e não o que os outros têm de melhor que nós. Sobre a situação atual do município, o fundador se mostra otimista. “Acho que pelo menos estamos em um ambiente menos personalista, mais democrático”, declara.
Evolução jornalística
O modelo físico adotado pelo jornal nas bancas também transformou-se com o passar das décadas. O Timoneiro continua até hoje como um semanário, e seu número de páginas teve leves alterações, atualmente circulando com uma média de dezesseis páginas.
Uma das missões do atual Chefe de Redação, Émerson Vasconcelos, é a de modernizar a proposta do jornal, no qual trabalha desde 2010. “Claro que, embora a atualização seja necessária de tempos em tempos, a essência e o legado de tudo que foi feito nestes 51 anos de história serão respeitados e servirão de norte para esta nova etapa”, assegura.