Quando existe ao menos uma mínima possibilidade de problema envolvendo crianças, a preocupação dos pais é alta. Um impasse nas escolas administradas pela Associação Primeira Infância Melhor (Assocepim), que teve seu contrato encerrado com a Prefeitura na última quarta-feira, 19, motivou um movimento de pais que pedem a manutenção dos funcionários que já atuam nas instituições desde o início do ano letivo. Para eles, a mudança completa de profissionais irá gerar estranhamento por parte das crianças.
Questionamentos
“O secretario de Educação diz que nada pode fazer. Ninguém sabe nada. Tenho uma bebê de 10 meses que só agora se adaptou com esses professores. Agora vai trocar tudo?”, questiona Daiana da Silva Quadros, que tem filha matriculada na EMEI Julieta Balestro, no bairro Igara. Ela relata que as professoras não sabem se vão ser demitidas ou não. A maior preocupação dos pais, de acordo com Daiana, é que a nova empresa não mantenha o atual quadro de funcionários. “Pelo menos um percentual deles que sejam mantidos. Está todo mundo sem saber o que vai acontecer”, conclui. Vanessa Carbonera, outra mãe preocupada, conta que tem duas crianças na escola Julieta, uma de um ano e dois meses, e outra com cinco anos. “Me preocupa a troca de todos os funcionários. As crianças não estão acostumadas. Adaptação no inicio do ano é uma coisa, agora trocar tudo depois das férias é muito complicado”, afirma Vanessa. Ela ainda informa que foi organizado um abaixo assinado para tentar manter o quadro de funcionários.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Prefeitura informa que “A Controladoria-Geral do Município concluiu a sindicância aberta pela atual administração municipal para apurar denúncias de irregularidades na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Julieta Balestro, no bairro Igara. Neste momento, a Prefeitura de Canoas está analisando a defesa apresentada pela Assocepim. Não foi realizada nenhuma mudança na administração da escola. A Secretaria Municipal da Educação (SME) confirma que a data de vencimento do contrato com a Assocepim foi em 19/07/2017. A SME ainda está estudando a melhor providência, se o contrato será renovado ou não. Neste momento, as escolas estão em período de férias.”
O que diz a Assocepim
De acordo com Ângela da Cruz Pereira, membro da diretoria da Assocepim, a empresa já apresentou sua defesa na sindicância instaurada pela Prefeitura. “Estão questionando, dizendo que nosso trabalho é ruim, mas querem colocar uma nova empresa com os mesmos funcionários”, questiona Ângela . Ela informa que a Assocepim conta com 259 funcionários que atendem 1330 crianças, em 7 escolas.
Sem concordar com a ação da Prefeitura, a associação ainda divulgou nota, em seu Facebook, na sexta-feira, 14 de julho: “A Diretoria da ASSOCEPIM comunica aos colaboradores, pais e comunidade, a título de esclarecimento, que devido assunção de nova Gestão Municipal o Contrato de gestão foi prorrogado por 6 meses a partir de janeiro de 2017. Neste espaço de tempo, a atual administração efetuou processo administrativo, em relação à prestação de serviço desta associação, denominando de sindicância.
Esclarecemos que a Assocepim não foi citada para acompanhamento do dito processo, onde em suas conclusões a Prefeitura resolveu cessar a prestação de serviço, em decorrência de prova unilateral. A fim de restabelecer a ordem jurídica, e por não concordar com a decisão até então procedida, a Assocepim interpôs medida judicial na Comarca de Canoas. Por fim, reiteramos que esta Associação deseja continuar a prestar o bom serviço de Gestão que vem empreendendo na Sociedade Canoense.”