Timoneiro

Entornos de estações da Trensurb esperam por soluções

Marcelo Grisa

A Empresa de Trens Urbanos Porto Alegre S.A., a popular Trensurb, constitui uma das principais formas de transporte de passageiros na Capital e na Região Metropolitana. Apenas em 2016, foram mais 185 mil passageiros diários, totalizando um número de acessos às estações que ultrapassou os 56 milhões durante o ano.

Piso quebrado

A Estação Canoas/LaSalle, no Centro da cidade, é a segunda mais movimentada da linha que vai de Porto Alegre até Novo Hamburgo. Só ali ocorreram 5.404.407 embarques em 2016. Perde somente para a Estação Mercado (8.528.337 passageiros), uma das pontas da linha, no Centro da Capital.
Depois de muitas promessas e de uma obra que demorou muito mais do que o prometido, a Praça da Bandeira, ao lado da Estação Canoas, recebeu uma série de reformas nos últimos anos. Com o Largo da Bandeira, a região foi revitalizada para o passeio público, com calçamento de pedras e reorganização do espaço.
O problema é que, quando da instalação deste calçamento, a gestão anterior não pensou no impacto da intensa passagem de carros na faixa da esquerda da passarela. Onde antes havia uma rua, continuam passando os veículos que ficavam em estacionamentos, um prédio residencial e um Centro de Formação de Condutores.

Tudo isso, somado ao retorno dos taxistas a uma parte do espaço que outrora ocupavam, deteriorou fortemente o piso. Há buracos e muitas pedras quebradas. O barulho de várias outras partes soltas é o sinal de que ainda mais danos virão.
Um dos proprietários de um estacionamento do local, protocolou um pedido a respeito do problema em fevereiro para que a nova administração municipal resolvesse o problema. Algum tempo mais tarde, dado o não atendimento da demanda, os condôminos do edifício ao lado protocolaram novamente, anexando inclusive o pedido primeiro para demonstrar a urgência. “Chegaram a vir aqui. Fizeram medida, tinha gente da Prefeitura e da empresa que fez a obra. Só para tirar fotos do buraco aqui na frente vieram umas três vezes, e nada” alega.

Sem banheiros

Na Estação Mathias Velho, próxima ao viaduto da Avenida Boqueirão, a situação também inspira cuidados no entorno da passarela que dá acesso ao terminal de ônibus. Os produtos vendidos nas dezenas de lojas, além dos camelôs em crescente número, são mais coloridos que a estrutura, onde as tintas acinzentadas pelo tempo imperam. Há pontos onde não é possível distinguir onde está a rua, a calçada e a entrada de alguns dos estabelecimentos. “Faltam banheiros também. Um negócio básico pra gente e pra quem está passando”, argumenta Edilson Nogueira, proprietário de uma pequena loja embaixo da passarela.

Para a estudante Ana Cristina Meyer, há também uma preocupação com a situação de passageiros em dias de chuva. Várias goteiras dificultam a passagem, criando gargalos no fluxo de pessoas. “Vieram uma vez aqui arrumar, mas bem em um dia de chuva. Pararam porque aí todo mundo se molhava. Se terminassem, ajudava bastante.”

O que diz a Prefeitura

Contatada pela nossa equipe de reportagem, a Prefeitura de Canoas informou que tem o projeto de revitalizar o calçamento. O local já passou pela avaliação da Secretaria Municipal de Obras e do Escritório de Engenharia e Arquitetura. No entanto, ainda não há prazo definido para o início da obra.

A respeito da árvore caída na Praça da Bandeira, a Diretoria de Praças e Parques da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) estuda fazer o ajardinamento no entorno da árvore caída na Praça da Bandeira. O diretor Érico Inda esclarece que o caule já está enraizado e que uma eventual retirada provocaria a morte do vegetal. Quanto aos tocos de plantas menores, o diretor afirma que não podem ser removidos no momento, pois as raízes estão abaixo do calçamento, que seria danificado. A SMMA estuda fazer o rebaixamento dos tocos e deve aguardar o apodrecimento para fazer a remoção segura.

Sobre o camelódromo da Mathias Velho, a prefeitura informou que projeto da administração anterior, parado desde 2013, está sendo repensado com cautela pela atual gestão. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Felipe Martini, explica que a prefeitura atualmente está em busca de novas alternativas que agradem tanto os comerciantes quanto o público que circula na região. A base da construção deve ser a partir de uma parceria público-privada, e por isso depende de investidores interessados para dar continuidade no projeto.

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