Graziela Michele Lima tinha tudo para passar seu primeiro dia das mães com o filho Pietro em seus braços. A história, que poderia ser feliz, acabou de forma trágica. Internada no Hospital Universitário desde o dia 5, ela passou por um parto humanizado que culminou na morte do bebê. Na tarde de terça-feira, 9, familiares realizaram protesto em frente ao hospital e pediram explicações sobre o ocorrido.
Risco
De acordo com Carmen Cunha, sogra de Graziela, a gravidez já era de risco e por isso não deveria ter ocorrido o parto normal. Em boletim de ocorrência registrado à polícia, ela afirma que a gestação estava na 37ª semana e que houve a ruptura da bolsa. Graziela foi levada imediatamente ao HU, na sexta-feira, 5, onde foi internada. Ainda, segundo Carmen, os procedimentos pré-parto foram iniciados às 14 horas do mesmo dia, mas o parto só ocorreu por volta de meia noite, já na madrugada do dia 6 de maio. Também, na ocorrência, Carmen relata que o bebê nasceu sem estar respirando, e que logo após foi encaminhado à UTI, onde faleceu às 5h55min.
Causas
Na declaração de óbito fornecida pelo Hospital, de acordo com o relato de Carmen à policia civil, consta que a causa da morte de Pietro foi por insuficiência respiratória e encefalopatia hipoxico-isquemica. Já na perícia assinada pelo médico legista André Martins de Lima, consta que entre as causas de morte estão: choque hemorrágico, hemorragia intra-abdominal, lesão hepática e fratura de úmero.
Explicações
“Quem é que está mentindo?”, perguntava Carmen durante seu protesto em frente ao HU. Ela ainda criticou a administração do hospital: “foi uma negligência completa”. A sogra de Graziela afirma que está tomando providências judiciais com relação ao caso.
O que diz o Gamp
Em nota, o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), afirma que “O Hospital Universitário de Canoas lamenta o falecimento da criança recém-nascida, ocorrido na noite de sábado, 6. A instituição informa que abriu sindicância interna para apurar todos os procedimentos adotados desde o pré-natal até o momento do nascimento, sendo instaurada, em caráter extraordinário, uma comissão de óbito para averiguar em várias frentes o que pode ter ocasionado este fato e, assim que detectado, tomar as devidas providências.
A direção do HU procurou a família, reiterando as providências tomadas, que poderão ser acompanhadas diretamente pelos familiares. A mãe da criança, Graziela Lima, está recebendo atendimento médico e psicológico.
O que diz a Prefeitura
Também em nota, a Secretaria Municipal da Saúde de Canoas afirma que “vai acompanhar a sindicância aberta pelo Gamp com a sua equipe de investigação de Mortalidade Infantil, composta por um médico e um técnico, no caso do bebê de Graziela Michele Lima.”