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Dari José Simi: professor relembra História de Canoas

2017-04-10 16.05.38

Dari possui milhares de itens em seu arquivo pessoal

Marcelo Grisa

Em Canoas, a história da formação da cidade não é tão conhecida quanto deveria pelos mais novos. Algumas escolas, tanto públicas quanto particulares, negligenciam este ponto. Entretanto, para o professor Dari José Simi, esta é sempre uma prioridade.

Com mais de 25 anos de sala de aula e uma década de atuação no começo do Arquivo Histórico da cidade, no começo dos anos 90, Dari sempre procura encontrar os pontos onde, em suas aulas, pode inserir Canoas no contexto histórico da História Riograndense. “É importante mostrar, sempre que possível, como a história do nosso Estado se encaixa com a trajetória do nosso município”, aponta.

Já aposentado dos bancos municipais – foi, por muito tempo, lotado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Profª Nancy Ferreira Pansera -, ainda leciona na Escola Estadual de Ensino Médio Bento Gonçalves. “Já podia ter parado”, admite o professor. “Mas essas aulas à noite, com o pessoal mais velho, me motivam muito ainda.”

O Arquivo e os Projetos

Como pesquisador, Dari José Simi atuou por uma década como um dos organizadores do Arquivo Histórico de Canoas. Dentre os materiais obtidos à época, um deles foi o diário de Santos Ferreira – encaminhado pelo então prefeito Hugo Simões Lagranha. “Muito do que foi feito só em tempos recentes, como a restauração da Casa dos Rosa e a transcrição do diário, foram coisas sugeridas por ele. Ele entendia que as coisas precisam ser preservadas”, explica.

O diário de Santos Ferreira foi traduzido recentemente pelo historiador Israel Tavares Boff. O também professor entrou em contato com os originais por recomendação de Dari. Por ser especialista em escrita portuguesa dos séculos XVIII e XIX, Israel conseguiu confirmar informações sobre a época imperial em relação ao que hoje é território canoense. “Tenho a oportunidade de, por essa convivência com ele, chegar a resultados novos. O professor Dari é alguém com um interesse genuíno na História de Canoas”, conta.

Coleções

Além dos muitos livros sobre diversos temas relacionados à História canoense e riograndense (incluindo um tomo em espanhol e guarani usado pelos jesuítas nas Missões), Dari José Simi ainda tem um blog que reúne algumas de suas pesquisas. Intitulado O Povo do Sul (http://darisimi.blogspot.com.br/), o espaço lembra de mitos, genealogias, curiosidades e partes importantes da trajetória da cidade, como a morte do Coronel Vicente, a origem de seu nome, a Rádio Real e os primeiros jogos de Luiz Felipe Scolari como jogador no Grêmio São Cristóvão, no bairro Igara. “Tem coisas que as pessoas nem imaginam que existem. Até eu me surpreendo com algumas”, confessa o historiador.

Além disso, Dari ainda tem outras coleções. Utensílios antigos, facas e espadas, minerais e conchas adornam as salas da casa onde vive, no Residencial Parque Igara II. “Estudando a história das pessoas e dos lugares me levou também a ter um interesse em Biologia”, afirma. Muitos itens foram presentes de amigos em viagem, dentro e fora do Estado. “E sempre levo alguma coisa para os alunos verem. A bala de canhão, com mais de cinco quilos, é uma atração com a gurizada”, diverte-se.

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