Nesta quinta-feira, dia 9 de março, o Colégio Espírito Santo (CES) completou 58 anos de história em Canoas. Fundada em 1959 pela Congregação das Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo, a escola localizada no bairro Nossa Senhora das Graças realizou atividades durante o dia para comemorar a data.
Além da animação do recreio com a banda dos professores Fábio Rushel (vocal), Marcos Shulz (guitarra) e Renã Covolan (bateria), houve o plantio de novas mudas de árvores pelos pequenos alunos da Educação Infantil. Pela manhã, uma missa foi realizada pelo ex-aluno Dom Roberto, da Ordem de Cister.
De geração em geração
É consenso entre a direção, o quadro funcional e os ex-alunos do CES que as experiências dentro da escola fazem com que os filhos dos antigos estudantes frequentem as mesmas salas anos depois. “É bonito de ver. Isso mostra que valeu a pena para eles, para nós e para a escola”, comenta a professora Cláudia Klauss, que tem 27 anos de carreira na instituição. Para isso, segundo ela, contribuem os projetos especiais e a expansão da estrutura interna e externa do colégio.
A diretora, Irmã Maria Sônia Muller, enumera que a situação atual se deve ao esforço do corpo docente, ao envolvimento com a comunidade e ao incentivo às atividades extracurriculares e especiais, como o Mangahigh (programa online ligando educação e jogos), O Líder Em Mim (aplicação de teorias de desenvolvimento humano) e A Casinha Feliz (incentivo à leitura de forma lúdica na primeira infância). “O colégio sempre teve uma caminhada muito boa e um bom relacionamento com a comunidade, fazendo a escola crescer. O trabalho é muito e a ordem é melhorar”, afirma.
Para Rasmia Latif, supervisora do Ensino Fundamental e funcionária do CES há 20 anos, os créditos são da diretora, que ela considera a força motriz das constantes mudanças. “Ela pesquisa e tem essa visão. Noto que os pais percebem isso e valorizam esta postura. Até mesmo além de Canoas, muitos projetos são reconhecidos como um diferencial por psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogas. É muito gratificante saber que no nosso bairro tem uma escola assim”, destaca.
Andrea Uequed é promotora de Justiça, ex-aluna e mãe de aluna do Colégio Espírito Santo. Segundo ela, o tratamento muito próximo dos estudantes, especialmente por parte das Irmãs, é a chave para a importância dessa escola na sociedade canoense. “Na época, a diretora era a Irmã Maristela, e ela tinha uma atenção individualizada nos talentos dos alunos. Ela buscava o que havia de melhor nele e explorava aquilo. Para mim foi essencial, porque ela viu em mim uma pessoa que tinha condições de falar em público”, relembra.
A comunidade e a escola
Andrea aponta que a colaboração com os alunos vai além dos talentos. A equipe da instituição, de acordo com a promotora, busca entender o que acontece nas famílias dos alunos para buscar alternativas e resolver crises. “Elas iam até na casa da gente orar pela família, envolvendo e fazendo a gente se sentir pertencendo àquela comunidade. A gente sabia que tinha amparo para tudo na vida”, assegura.
Pela parceria da CES com a Vara de Família canoense, na qual Andrea Uequed atua, ela percebe como a escola ainda tem essa ação integradora. Como parte dos procedimentos em casos envolvendo crianças que estudam lá, são passados conteúdos sobre temas como disputa de guarda e alienação parental. “Melhor do que o professor vir nos passar isso, e depois precisar encarar as consequências na sua relação com pais e alunos, é papel da escola colaborar de forma importante nesses processos”, explica.