“O médico disse que ocorreram problemas durante a cirurgia, pois minha situação já era grave”, relata Gisele. O procedimento cirúrgico ocorreu no HU. Ela ainda conta que, segundo o médico, a realização da cirurgia não poderia ser adiada por seis meses. Gisele voltou para casa na quarta-feira, 18, e retorna ao HU após duas semanas para revisão.
O que diz a prefeitura
A secretária de Saúde, Rosa Maria Groenwald, em conversa com a reportagem, explicou a situação de Gisele: “Ela teve uma intervenção por necessidade de uma situação aguda. Quando ela foi para a avaliação, realmente ela estava ruim e lá no HU eles constataram que se tornou uma emergência e fizeram o procedimento.” A secretária ainda deixou claro que Gisele não passou na frente de ninguém na fila de espera por cirurgias, “ela teve uma avaliação clínica, onde foi diagnosticada uma situação de emergência”, relata.
Outros casos
Carla Ranzan, 48 anos, moradora do bairro Marechal Rondon, sente na pele a realidade da Saúde de Canoas. Ela espera uma cirurgia para retirada de pedras da vesícula desde novembro de 2014. Atendida no HNSG, em maio de 2016, Carla conta que foi orientada apenas a esperar. “Tu tem que aprender a lidar com a dor”, relata Carla. Ela ainda conta que durante os mais de 2 anos de espera, já passou por diversas crises: “tenho uma farmacinha em casa, mas já tive que ir ao hospital algumas vezes por conta da dor.”
Já Kelly Raquel, 42 anos, moradora do bairro Mathias Velho, aguarda há oito meses por uma cirurgia de retirada de um nódulo atrás da orelha. Sua primeira consulta foi em maio de 2016, no posto Praça América. “Disseram que eu teria que esperar para marcar a cirurgia”, relata Kelly. Ela afirma que voltou outras vezes ao local para tentar a marcação, mas, segundo os funcionários, o sistema não liberava. “Incomoda, dói. O médico disse que não poderia esperar muito pela cirurgia, pois o caroço poderia crescer e dar problema”, conclui Raquel.