“Meu filho foi abençoado” relata Newton Nogueira, pai da criança que foi mordida no rosto pelo cachorro conhecido como Getúlio, na última sexta-feira, no Capão do Corvo. Segundo Newton, a previsão era de que seu filho ficasse por 20 dias no hospital, mas depois de cinco ele já está em casa e passa bem. Em conversa com O Timoneiro, Nogueira afirma ter recebido ameaças de morte após a repercussão do caso.
Esclarecimento
Em conversa com a equipe de reportagem, o pai informou que a criança estava passeando no parque com um amigo, sob os cuidados da mãe da outra criança, que é conhecida da família. “Eu não estava no parque no momento do acidente”, disse ele, que foi diretamente ao hospital quando foi avisado do acontecido. “No momento que vi meu filho naquele estado, enlouqueci, chorei, briguei, pedi socorro e orei”, relata Nogueira. O garoto terá uma revisão, na próxima quinta-feira, no HSPC, para saber como está a recuperação e para verificar a possibilidade de sequelas.
Newton relata que, na noite de sábado, 3, o secretário especial do Bem-Estar Animal, Gabriel Gonçalves, foi até o hospital para saber do menino e para prestar ajuda. Mesmo assim, o pai da criança achou que a principal preocupação não era com a criança: “O rapaz estava preocupado com o cachorro, não com o meu filho”. O pai afirma estar muito preocupado com a situação dos cachorros no parque. Para ele, os animais não podem ficar no mesmo ambiente em que as crianças estão brincando. Sobre a volta de “Getúlio” ao parque, caso este não seja adotado, Newton é taxativo: “Acho um absurdo o cachorro voltar pra lá.”
Ameaças
“Estão me ameaçando de morte”, revela Newton. As mensagens chegam pelas redes sociais, principalmente após uma postagem de Newton, na tarde de sábado, 3, em que ele mostra fotos do cachorro com a seguinte frase: “Achei e fotografei o maldito”. O pai da criança admite ter usado um termo errado para o momento, mas explica que foi no calor do momento e que jamais faria nada contra o cachorro, “sou uma pessoa da paz, eu só quero o bem dos outros”, se defende.
Encontro dias antes
Newton comenta que apenas alguns dias anteriores ao ataque do cão, passava nas proximidades do Capão do Corvo junto com o filho. Na ocasião, os dois encontram o “Getúlio”, e a criança fez carinho no cachorro. “Na hora eu já repreendi meu filho, falei que não se meche com cachorro de rua”. A resposta da criança, conforme informou o pai, foi de que o cachorro era seu amigo.
O que diz a Prefeitura
Consultada, a Prefeitura de Canoas informou que além de Getúlio mais cinco cães comunitários vivem na região. “De acordo com testemunhas, o animal estaria deitado, quando a criança tentou contato com ele, assustando-o, o que o levou à reação. Segundo o coordenador do CBEA, este cão, que inclusive foi esterilizado, vive naquela localidade há muito tempo e nunca houve qualquer incidente que o envolvesse. A Coordenadoria reforça o cuidado que pais ou responsáveis precisam ter com crianças, para evitar a aproximação com cães ou outros animais que não tenham relação direta”, informou por meio de nota a Secretaria Municipal de Comunicação.
LEIA MAIS: