A reportagem recebeu informações de médicos, que não quiseram se identificar. Eles informam que foi realizada uma assembleia de urgência na quarta-feira, 30 de novembro, onde os médicos da empresa decidiram dar um prazo ao Hospital, notificando a entidade para evitar punições penais. O prazo, segundo um dos médicos, encerra na sexta-feira, 2 de dezembro, às 18 horas, para que seja realizado ao menos um dos pagamentos de setembro ou outubro. Caso isso não aconteça, o contrato entre DigestClin e o hospital pode ser cancelado. OT entrou em contato com a direção administrativa da empresa, mas esta não quis se manifestar sobre o assunto.
Outro médico, que também não quis se identificar, relata que, devido ao atraso, os profissionais estão reduzindo as grades de atendimento de forma gradual, evitando maior impacto causado à população. “Com a situação, alguns estão avaliando mudar de emprego, muitos profissionais já estão procurando novos postos de trabalho”, lamentou.
O HNSG cuida de três UPAs: a UPA 24 horas Carlos Loureno Giacomazzi (Boqueirão), a UPA Niterói 16 horas e a UPA Rio Branco Idoso. O hospital administra ainda as farmácias municipais na logística e dispensação de medicamentos e a higienização de 27 Unidades Básicas de Saúde.
Situação recorrente
Médicos da UPA Boqueirão, que é administrada pelo HNSG, já haviam relatado em agosto deste ano um atraso de três meses no recebimento de salários. Na época, a Prefeitura informou que os repasses estavam sendo realizados regularmente, conforme definidos no contrato e convênio vigentes celebrados com a ABC/HNSG. Segundo a informação oficial, caberia ao convênio o encaminhamento do salário aos profissionais.
Posição oficial do HNSG
Por meio de nota, a direção do hospital informou que “existem atrasos das competências de Setembro e Outubro de 2016. Isso ocorreu devido às dificuldades de repasse das operadoras e planos de saúde.”
O que diz a Prefeitura
Também por meio de uma nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) se limitou ao dizer que “não confirma a paralisação” e que “as unidades estão em pleno funcionamento”.