Timoneiro

Mais enxuto, Canoas Jazz terá apenas duas atrações este ano

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Diferente de suas últimas edições, realizadas no Capão do Corvo, o festival Canoas Jazz terá em 2016 uma edição reduzida. Em vez do grandioso palco a céu aberto no parque repleto de atrações, o evento ocorrerá no Salão de Atos Unilasalle, com apenas duas atrações no dia 27 de novembro, às 19 horas.

O festival recebe este ano o trombonista norte-americano Delfeayo Marsalis e o acordeonista suíço Olivier Forel. O primeiro é nascido em uma das mais tradicionais e influentes famílias musicais de New Orleans, o clã Marsalis. É considerado um dos “top” trombonistas, compositores e produtores de jazz da atualidade. Em 2014, lançou o disco “The Last Southern Gentlemen”, gravado ao lado do pai, Ellis Marsalis.

O suíço Olivier Forel, por sua vez, já gravou com o violonista gaúcho Felipe Azevedo, e parcerias com nomes como Cláudio Levitan, Fabrício Carpinejar e Richard Serraria, vem mostrar seu recente trabalho, o álbum “Buenos SuissAires”, cujo show estreou em fevereiro de 2016 no Théâtre du Pommier, em Neuchatel, Suíça. O lançamento foi na quarta-feira, 23, na Casa de Artes Villa Mimosa.

Contraste

Aos que acompanham o evento, há um grande contraste em comparação com os anos anteriores. Desde 2011 realizado no Capão do Corvo, foram mais de 30 nomes no primeiro ano, com apresentações inclusive nas estações de trem. No ano seguinte, uma reduzida foi perceptível. Mesmo assim, o quinteto de Dave Holland foi o grande nome, mas acompanhado de duas noites de atrações.

Em 2013, 14 atrações de peso se apresentaram no parque: Egberto Gismonti, Joyce Moreno, Sandro Albert e o norte-americano Ravi Coltrane. O ano seguinte seguiu o mesmo ritmo. O americano Stanley Jordan, um gigante do Jazz, se fez presente não só para se apresentar, mas também para ministrar um workshop. Em dois dias, mais uma dezena de convidados. No ano passado, mais uma demonstração de força. Dois dias, o sexteto argentino Escalandrum e o escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo tocando sax. Este ano, porém, o evento ocorre em uma noite apenas, com dois músicos e em lugar fechado.

Motivo da redução

O jornal O Timoneiro questionou a Prefeitura a respeito dos motivos da redução do evento em 2016. Em nota, a administração municipal respondeu: “Mesmo com as visíveis dificuldades financeiras que todas as administrações municipais estão passando, o Canoas Jazz está sendo mantido em 2016, ainda que em menor tamanho, mas preservando a qualidade e excelência das atrações, com o trombonista norte-americano Delfeayo Marsalis e o acordeonista suíço Olivier Forel. Por redução de custos de logística, infraestrutura e operacionalização, optou-se por um espaço menor, também de qualidade e, sobretudo, com infraestrutura já disponível”. Nossa equipe de reportagem também perguntou o custo do evento deste ano e dos anos anteriores. A administração municipal revelou que o investimento previsto para a realização do Canoas Jazz 2016 é de R$ 190 mil, com recursos obtidos através de patrocínios, por meio das leis de incentivo à cultura. No entanto, não informou quais foram os custos dos anos anteriores e apenas indicou que eles podem ser encontrados no Portal da Transparência ou solicitados conforme a Lei de Acesso à Informação.

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