A família do jovem de 14 anos que perdeu um testículo em decorrência da demora do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) em informar a falta de um equipamento para exame, afirma que a resposta da Prefeitura sobre o assunto não condiz com a verdade.
Questionada sobre o tema pela equipe de reportagem de OT, a administração municipal afirmou: ” O Hospital de Pronto Socorro de Canoas possui o equipamento para realização do exame ecodoppler e ele estava em funcionamento na referida data. Para este caso específico, o equipamento não era, tecnicamente, adequado para o procedimento. Em comum acordo com a família, o médico, que também trabalha no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, indicou a instituição da Capital para o procedimento necessário ao paciente”
Segundo os familiares, eles e o médico foram surpreendidos com a informação de que o rapaz não poderia fazer o exame no local, depois de horas de espera. Eles também afirmam que não se tratou de uma decisão em comum acordo, mas sim da única alternativa
A equipe de reportagem de OT contatou também à assessoria de imprensa do Grupo Mãe de Deus, responsável pela administração do HPSC, que informou que apenas a Prefeitura pode responder sobre o hospital canoense.
Entenda o caso
No dia 18 de setembro, a falta de um equipamento no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), somada à demora para avisar uma família sobre a indisponibilidade de um exame, fizeram com que um jovem de 14 anos de idade tivesse um testículo extraído. Mesmo chegando às 12h52min no hospital, sentindo fortes dores, sua família só foi informada que não havia a possibilidade de se fazer o exame no local às 15h39min.
O pai levou o jovem até Porto Alegre, onde foi atendido rapidamente no Hospital de Clínicas. Na Capital, o exame foi realizado com rapidez, mas depois de tantas horas de torção do testículo, o quadro não pode ser revertido sem a extração do órgão.
A família guarda consigo uma declaração do médico, dada por escrito no momento da alta. A declaração, dada às 15h34min, diz: “Informado somente agora que o hosital [sic] não dispõe de aparelho para realização de ecodoppler; plantão administrativo já estava ciente. Converso com familiar, que irá procurar por conta própria o serviço”.