No dia 18 de setembro, a falta de um equipamento no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), somada à demora para avisar uma família sobre a indisponibilidade de um exame, fizeram com que um jovem de 14 anos de idade tivesse um testículo extraído. Mesmo chegando às 12h52min no hospital, sentindo fortes dores, sua família só foi informada que não havia a possibilidade de se fazer o exame no local às 15h39min.
O pai, que não será identificado nesta reportagem para que sua identidade e de seu filho sejam preservadas, levou o jovem até Porto Alegre, onde foi atendido rapidamente no Hospital de Clínicas. Na Capital, o exame foi realizado com rapidez, mas os médicos informaram que depois de tantas horas de torção do testículo, o quadro não poderia ser revertido sem a extração do órgão.
A família guarda consigo a documentação fornecida pelo HPSC, na qual estão registrados não apenas os horários de entrada e saída do menino, mas também o momento no qual ele recebeu a medicação para fazer o exame e uma declaração do médico, dada por escrito no momento da alta. A declaração, às 15h34min, diz: “Informado somente agora que o hosital [sic] não dispõe de aparelho para realização de ecodoppler; plantão administrativo já estava ciente. Converso com familiar, que irá procurar por conta própria o serviço”.
Consultada por nossa equipe de reportagem a respeito da situação, a prefeitura enviou nota, contradizendo o que o médico declarou. O texto da administração municipal diz: ” O Hospital de Pronto Socorro de Canoas possui o equipamento para realização do exame ecodoppler e ele estava em funcionamento na referida data. Para este caso específico, o equipamento não era, tecnicamente, adequado para o procedimento. Em comum acordo com a família, o médico, que também trabalha no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, indicou a instituição da Capital para o procedimento necessário ao paciente”.