Um mês depois da data anunciada como aquela que deveria apresentar o nome da nova empresa que administrará o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) os canoenses ainda não sabem na mão de quem a casa de saúde ficará. No primeiro momento, a vencedora da concorrência para gerir o HPSC por cinco anos é a Cruz Vermelha, conforme divulgado pela administração municipal em agosto. No entanto, a Prefeitura ressaltou na ocasião que o processo estava em fase de recursos e que depois disso seriam abertos os envelopes da segunda fase da licitação. Nenhuma notícia foi divulgada depois disso, o que vem gerando um clima de insegurança dentre as pessoas que trabalham do hospital em relação aos seus empregos.
Incerteza
Um funcionário que preferiu não se identificar, por medo de represálias, confirmou que existe um sentimento de incerteza dentro do HPSC, uma vez que a licitação obriga o novo responsável pelo hospital a se responsabilizar por contratar todos os funcionários do quadro atual, mas não garante que eles serão mantidos depois do período de experiência de três meses.
A respeito do impacto da incerteza da manutenção dos empregos, o funcionário disse:”Para quem precisa do emprego como única fonte de sustento, principalmente nessa época de crise, está sendo bem complicado. O que eu acho mais estranho nisso tudo é que mesmo com o Mãe de Deus estando para sair do HPSC, eles continuam contratando gente. Imagina o quanto é complicado a pessoa ser contratada com o risco de ser demitida em três meses?”.
Gestão polêmica
Vale lembrar que a gestão do Pronto Socorro gerou grande debate na cidade em 2010, quando a Prefeitura anunciou a criação de uma Fundação Municipal de Saúde para administrar o hospital em caráter definitivo. Na época, o Grupo Mãe de Deus foi anunciado como uma solução provisória, até que a fundação estivesse estruturada para assumir a casa de saúde. Passados seis anos, a fundação segue administrando apenas postos de saúde e sem cumprir seu propósito original, enquanto uma nova licitação define quem irá cuidar do HPSC pelos próximos cinco anos.
Em entrevista exclusiva OT, publicada neste ano, o presidente da Fundação, Mauro Guedes, afirmou que precisaria de pouco tempo para se preparar para assumir o HPSC, podendo ser ainda mais rápido se houvesse intervenção da Justiça: “Em termos de transferência de gestão, é a basicamente o tempo de se realizar concursos públicos, um trâmite que levar cerca de seis meses. No caso de haver uma determinação da Justiça, isso pode ser realizado através de processo simplificado emergencial, o que leva cerca de três meses. Obviamente o ideal sempre é fazer da forma tradicional, via concurso”.
O que diz a Prefeitura
Segundo a Prefeitura, a licitação neste momento está na fase do “Prazo para Contra Razões dos Recursos apresentados” e até o final do mês deve ser divulgada a empresa vencedora. Ainda de acordo com a administração municipal, o atual contrato com o Mãe de Deus prevê a cobertura dos serviços até o final da conclusão da licitação.