Timoneiro

Emissão de carteiras de trabalho ainda suspensas em Canoas

Agência do Sine Canoas. Foto: Marcelo Grisa-especial/OT

Agência do Sine Canoas. Foto: Marcelo Grisa-especial/OT

 

Por Marcelo Grisa
@marcelogrisa

 

Desde o último dia 25 de agosto, os canoenses que precisaram confeccionar a Carteira de Trabalho na cidade enfrentam problemas em relação aos sistemas conveniados da Prefeitura de Canoas, que realiza o serviço através de um convênio com o Ministério do Trabalho. Depois de alguns dias com quedas esporádicas, há quase duas semanas o sistema convive com quedas diárias da comunicação da cidade com a Capital, o que ocasionou a suspensão das emissões.

 

Dificuldade de comunicação

O problema originou-se ainda em maio, quando, dias após o então interino presidente Michel Temer assumiu o Planalto, foi implantado o sistema online de pedido do documento. Num primeiro momento, apenas no Rio Grande do Sul, 171 municípios deixaram de atender os trabalhadores que precisavam da carteira. Depois disso, o sistema foi sendo normalizado em alguns desses locais, e foram ocorrendo mais dificuldades em outras regiões. Os índices de solução são variados, já que várias cidades, como Canoas, fazem contratos diretamente com o Ministério para desafogar as agências do Sistema Nacional de Emprego, o Sine.

“Em outras cidades já está tudo bem”, afirmou o emissor responsável da Central do Cidadão, Paulo Cezar Gomes. Até mesmo na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), em Porto Alegre, a questão está resolvida. Em outras cidades, especialmente naquelas que mantiveram o sistema de emissão de carteiras vinculado ao Sine, chegaram a haver instabilidades no período. De acordo com a Central do Cidadão, recomenda-se a ida à Capital ou cidades como Esteio e Novo Hamburgo caso exista urgência na demanda do trabalhador. A SRTE/RS não atendeu o contato de O Timoneiro até o fechamento desta matéria.

Gomes também apontou que o entrave hoje não é mais com o sistema central em Brasília, que processa todos os pedidos dos Estados. “Nossa dificuldade é com a conversa entre o nosso sistema e o da Superintendência estadual”, afirma. A previsão é de que a Central do Cidadão, que fica na Rua Ipiranga, nº 140, em frente ao Sine, volte a operar normalmente nas solicitações de Carteiras de Trabalho até a semana que vem. Até lá, os avisos na entrada da agência são múltiplos, e o local deixa de realizar cerca de 80 atendimentos por dia.

 

Sine continua a ser procurado

Mesmo a Carteira de Trabalho sendo confeccionada na Central do Cidadão, até hoje os trabalhadores primeiro recorrem à agência do Sine pensando resolverem a pendência por lá. Isso mesmo com o aviso ao lado da porta de entrada – o local acaba por continuar a ser uma referência para todos os aspectos relacionados ao trabalhador.

Dada a frequência com a que cidadãos procuram no Sine por documentos e procedimentos que a agência não fornece ou não realiza, um funcionário fica destacado apenas para dar informações aos que chegam. “A gente mudou para não mandar ninguém para casa, simplesmente”, explicou a atendente Adriana Weber Schmidt. Segundo ela, a falta de informação também faz com que serviços efetivamente prestados sejam pouco procurados. “Não fazemos RG, que é na Rodoviária. Não fazemos CPF, que é nos Correios ou na Receita Federal. E nos procuram por isso. PIS? É na Caixa. Mas temos um curso de capacitação do trabalhador, que é gratuito e funciona como um coaching, mas quase ninguém aparece pedindo”, lamenta.

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