O jornal paulista Folha de São Paulo, em conjunto com o Instituto Datafolha, divulgou no dia 28 de agosto um ranking que aponta quais prefeituras do Brasil entregam uma quantidade maior de serviços básicos para a população utilizando um montante menor de recursos financeiros. O trabalho analisa 5.281 municípios (95% das cidades do país) e se baseia nos dados mais recentes disponíveis. Pela análise divulgada, Canoas foi considerada ineficiente e ocupa a 4.423ª posição.
Como mostram os gráficos expostos nesta página, Canoas está muito abaixo da média nacional em dois dos três componentes do ranking (Saúde e Educação), o que deixa claro o motivo do péssimo posicionamento da cidade.
Componentes do ranking
O jornal explicou em seu site que o Ranking de Eficiência dos Municípios – Folha (REM-F) considera o atendimento das administrações municipais nas áreas de Saúde, Educação e Saneamento, tendo como base para o cálculo de eficácia na gestão a receita per capita de cada município.
Categorias
De acordo com a Folha, o ranking divide o conjunto de municípios em quatro categorias (“Eficiente”, “Alguma eficiência”, “Pouca eficiência” e “Ineficiente”).
Entenda o cálculo
O jornal paulista esclareceu que para o cálculo relacionado à educação, o ranking contabiliza os percentuais de crianças atendidas por creches e escolas municipais. No caso da saúde, o que é levado em consideração é a cobertura da população por equipes de atenção básica e o total de médicos disponíveis por habitante. Já para o saneamento, contam os percentuais de domicílios atendidos por redes de água e esgoto e também pela coleta de lixo. Ainda segundo os organizadores, os componentes são somados e depois divididos pela receita per capita de cada cidade, produzindo um ranking de eficiência no gasto.
O que diz a Prefeitura
Consultada sobre o que diz o ranking, a Prefeitura enviou a seguinte nota: ” Assim como outras prefeituras brasileiras questionaram a pesquisa, a Administração Municipal entende que a utilização de dados educacionais e de saneamento de 2010; dados de saúde e de finanças de 2013 e populacionais de 2015, prejudica a correta avaliação da gestão, por usar cortes temporais diferentes para realidades também distintas. Cabe ressaltar que os dados de 2010 dizem respeito a anos passados, baseando-se, portanto, na gestão anterior. Já os demais são de 2013, considerando período em que a gestão já era a atual. Ou seja, além da discrepância temporal, há de se considerar a diferença programática entre as duas Administrações. A demonstração disso encontra respaldo em indicadores das áreas pesquisadas. Em 2009, havia 2.626 vagas na Educação Infantil. Em 2016, esse número subiu para 7.861. Em 2009, Canoas possuía 11 equipes de Saúde da Família; atualmente, existe 64 e, até dezembro, serão 66, o que representa os 70% de cobertura de atenção básica de saúde, preconizado pela Organização Mundial da Saúde. No esgotamento sanitário, havia 6% de esgoto tratado. Hoje, 30%. Portanto, o resultado da referida pesquisa não retrata a realidade atual do município”.