Em poucos dias começara a campanha “lembramos de você!”. Estarão nas ruas aquelas pessoas que, segundo eles, nos representarão na defesa do bem coletivo. Impressiona como fomos capazes de criar esses mecanismos de satisfação do ego alheio.
Salvando algumas raras exceções, cada vez mais raras, tudo se resume a um apostolado de promessas, sem participação nenhuma da voz dos maiores interessados. O conceito de bem-estar deles é diferente do meu. Para eles, bom salários é o suficiente, para o resto, “não pense, trabalhe”. Como indicar para essas pessoas que o caminho é a horizontalidade, a democracia direta com participação popular?
Recentemente, vi uma postagem em uma rede social que dizia algo como “…agora começou a época de lembrar do pobre, abraçar o pobre, tirar foto com o pobre e postar na rede social etc”, em poucas palavras, aqueles que decidem as eleições são os menos lembrados, os que menos participam nas decisões. Como dizia Eduardo Galeano, “o capitalismo é uma serpente que só morde os descalços”, e a maioria dos candidatos representa esse capitalismo esdrúxulo e maquiavélico. Como falar então de distribuição de renda? Nem pensar então em saúde pública, educação e moradia.
O que mais ouvirão os candidatos será sobre “segurança pública”, viver na polis tornou se mais perigoso que viver com predadores naturais. Hoje o predador é o semelhante. Mas entenderão os candidatos que segurança pública não se faz com mais polícia, e sim com melhores escolas, mais bibliotecas, quadras esportivas, ou seja, ocupar todos os espaços da vida pública.
A violência é algo que não se extingue, se controla, e esse controle começa lá na pré-escola.
Sinta-se lisonjeado se algum candidato lembrou-se de você, mas também sinta-se à vontade para exigir representação e, sobretudo, exigir que pare de enganar você.
Abraços fraternos.
