Timoneiro

OT 50 anos – um jornal feito por muitas mãos

Por Émerson Vasconcelos

Com a chegada do cinquentenário, OT mostra aqui quem são as pessoas que fazem o jornal se tornar possível a cada semana. Embora tenhamos dezenas de colaboradores, estes foram escolhidos para representar os demais, já que não haveria espaço físico para todos.

Vocação descoberta

A atual diagramadora, Sinara Dutra, começou a trabalhar em O Timoneiro em 2004 e passou por várias funcões até ser tornar oficialmente a diagramadora. “Eu fiz de tudo um pouco. No início, ia a bancos, também digitava materiais de colunistas, editais… Depois, comecei a cuidar dos anúncios e também a fazer a revisão das páginas do jornal. Aos poucos, fui aprendendo a diagramar.

A diagramadora revela que aprendeu sobre sua profissão dentro da redação: “Foi aqui, com o Vanderlei Dutra e o João L. Xavier (que não trabalha mais conosco) que eu aprendi a diagramar. Ficava olhando eles fazendo as artes, as páginas do jornal, até que comecei a fazer também e estou até hoje”.

Segundo Sinara, há uma grande responsabilidade em diagramar um jornal com a circulação e a história de O Timoneiro. “Mas a criação de muitas páginas eu divido com a equipe, que trabalha junto na construção de uma melhor forma de expor e transmitir aos leitores as matérias que serão publicadas”, conclui.

Sinara Dutra. Foto: Simone Dutra.

Um passo por vez

Andando um passo por vez, passando por cada setor do jornal, Vanderlei Dutra chegou ao posto atual de chefe de redação: “Comecei a trabalhar no jornal quando a atual gestão assumiu, no Natal de 1997. Era auxiliar administrativo e entregava o jornal nas sextas-feiras, função que exerci paralelamente a outras atividades posteriores durante muito tempo. Passei por todas as áreas, trabalhei com o comercial, auxiliando a redação e a diagramação, que abriu as portas para atividades mais amplas, passando pela reportagem e chegando à chefia de redação”.

Vanderlei afirma que em qualquer atividade o ideal é ter uma visão global do funcionamento. “Isto só se consegue atuando efetivamente nas diversas áreas. Portanto, sem dúvida que toda experiência nas demais funções construíram o profissional que sou hoje”, avaliou.

A respeito da responsabilidade de editar OT em seu centenário, Vanderlei diz: “A responsabilidade de estar junto a um projeto cinquentenário é grandiosa. Em O Timoneiro ainda mais, pois a população o procura exatamente onde o Estado falha. Não contamos apenas a vida da cidade, mas temos peso na vida das pessoas. Nosso olhar e nossas iniciativas alteram a rota de muitas vidas. Isto é forte, preocupante e motivante”.

Vanderlei Dutra. Foto: Bruno Lara/OT.

O jornalismo não vai morrer

Bruno Lara é estudante de jornalismo e estagiário de O Timoneiro. “É uma honra e um orgulho começar no mercado de trabalho quando um veículo tão importante para a nossa cidade comemora 50 anos de luta, de superação, sobretudo quando a imprensa de modo geral passa por dias de recesso não só aqui, mas em todo o mundo. É gratificante saber que aqui se faz jornalismo de verdade, sem filtro por patrocinadores ou governantes. Essa talvez seja a receita para a sua longevidade. Mais do que os 50 que passaram, porém, acho importante apontarmos para os outros 50 que começam agora”, disse.

Segundo Bruno, o jornalismo precisa ser repensado: “Em um mundo tão imediato como vivemos, onde as notícias chegam não mais no outro dia e sim no mesmo momento em que o fato está ocorrendo, o desafio é ter um diferencial, ser mais ágil e, ao mesmo tempo, oferecer um material mais embasado. A esperança é saber que o jornalismo não vai morrer, que tradicional jornal impresso não vai morrer e nós teremos tempo o bastante para reinventá-lo”.

Bruno Lara. Foto: Júlio Fontes

 

Contato pessoal

Émerson Vasconcelos foi repórter entre 2010 e 2015, atualmente produz conteúdos especiais para as edições impressa e digital da publicação. Segundo ele, o que mais lhe dá satisfação para compor a equipe do jornal é saber que isso lhe proporciona a oportunidade de conhecer partes de sua própria cidade que ele sequer saberia da existência. “Canoas é muito grande e apresenta uma riqueza de personagens. Me sinto privilegiado por conhecer tantas pessoas boas através de OT”.

Émerson Vasconcelos. Foto: Bruno Lara/OT

Flash na Noite

Sony assumiu a coluna social de OT quando a atual direção passou a comandar a publicação. “Para mim, o que sempre importou foi o espírito comunitário. Eu sempre ressalto que a pessoa precisa fazer algo pela sociedade. Não coloco pessoas por dinheiro ou porque elas são de famílias tradicionais”, explicou.

Sony. Foto: Bruno Lara/OT

 

Tradição em destaque

Olegar Lopes e tradicionalismo são dois termos que se confundem em Canoas. Sua coluna semanal em O Timoneiro já é, por si só, uma tradição. “Eu me sinto muito feliz por poder fazer parte do OT escrevendo ali aquilo que eu acredito ser importante. O tradicionalismo merece o espaço que tem no jornal e eu faço de tudo para mantê-lo, buscando escrever cada vez melhor.

Olegar Lopes. Foto: Bruno Lara/OT

 

O tempo passa

Que o tempo corre a gente sabe, mas para Enildo Prestes, que colabora há 18 anos na equipe de OT, o tempo parece ter passado ainda mais rápido. “Eu lembro do dia que eu estava em casa, às 5 horas da manhã, e o Jorge [Uequed] me ligou e me pediu para trabalhar no jornal por um tempo. Eu a recém tinha me aposentado e pretendia ficar uns meses em casa. Acabei aceitando a função na hora e estou nela há todo esse tempo.

Enildo Prestes. Foto: Bruno Lara/OT

Segunda família

Marta Moraes não é repórter, mas é um dos rostos mais conhecidos do Jornal O Timoneiro. Embora tenha entrado no jornal como responsável por pesquisas de opinião, logo passou para a área comercial e foi neste nicho que se destacou. “Fiz muitos amigos e conheci pessoas incríveis no jornal O Timoneiro, nestes mais de 17 anos. Mas tem um momento que me faz lembrar com especial carinho. Quando meu irmão faleceu, eu entrei no jornal e o Vanderlei estava na porta esperando para me dar um abraço. Aquilo me marcou muito e me me fez ver que eu tenho uma segunda família”, disse.

Marta Moraes. Foto: Bruno Lara/OT

Por trás da lente

Um dos colaboradores fiéis de OT é o fotógrafo Ageu Cardoso. Começou a colaborar com o jornal em dezembro de 1995, quando trabalhou durante um ano para o jornal. “O Timoneiro sempre foi ótimo. Eu nunca saí do Timoneiro, na realidade. Sempre presto trabalhos para o jornal, pois é um jornal que eu gosto, é do povo, mais político e com muita credibilidade. Eu fazia esporte nele quando estava. O Timoneiro para mim é a menina dos olhos. Representa todo o meu trabalho jornalístico, não falando mal dos outros”, explicou.

Ageu Cardoso. Foto: divulgação/internet.

Luta comunitária

Odil Gomes é um dos mais antigos colaboradores do jornal O Timoneiro. Na verdade, ele é uma espécie de curinga. Além de sempre trazer sugestões de pautas fortes para os repórteres, Odil usa seu conhecimento sobre o SUS e sobre o trabalho comunitário para produzir uma coluna semanal para OT. Como se isso fosse pouco, ele também distribui o jornal para dezenas de moradores do bairro Niterói.

Odil Gomes. Foto: Bruno Lara/OT

 

Cidadania

Jorge Uequed, é o diretor de O Timoneiro desde 1997, tendo passado também pela gestão em 1968. Vereador da cidade duas vezes e deputado federal por cinco mandatos, tem profunda ligação com os assuntos da cidade desde sua juventude, quando começou a pensar e discutir Canoas ainda no Externato São Luís, atual La Salle. Sobre estar a frente de OT neste momento tão especial, é sucinto e direto: “É um agradável exercício da cidadania”.

Jorge Uequed. Foto: Bruno Lara/OT

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