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Morre “o sargento da legalidade” Ney de Moura Calixto

Ney de Moura Calixto em homenagem na Câmara de Vereadores. Foto: Câmara.

Ney de Moura Calixto em homenagem na Câmara de Vereadores. Foto: Câmara.

Na madrugada desta sexta-feira, 29, por volta das 2h50min, o ex-vereador de Canoas Ney de Moura Calixto . O velório foi as 8 horas desta manhã, no Cemitério São Vicente, capela 9 e a cerimônia de cremação será às 15 horas, no mesmo local.

Segundo os familiares, uma falência múltima dos órgão vitimou Calixto, que lutava contra um câncer. Ele estava internado desde domingo, 24, a noite, no Hospital Mãe de Deus, onde chegou desfalecido e ficou internado com insuficiência respiratória.

Em maio do ano passado, foi agraciado com o troféu O Canoeiro, entregue pelo presidente da Câmara, Paulo Ritter (PT), em reconhecimento à sua trajetória profissional e política. Na condição de sargento da Aeronáutica, Calixto teve participação ativa no Movimento da Legalidade ao impedir que os aviões decolassem de Canoas para bombardear o Palácio Piratini.

É autor do livro “Os sargentos da Legalidade”, onde narra os principais fatos que culminaram com o Movimento da Legalidade, liderado pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, que defendia a manutenção da ordem jurídica, com a posse do vice, João Goulart. Lançado em 2011, com o apoio da Prefeitura de Canoas, a obra está na segunda edição.  “O livro retrata o que é um país sem democracia, aquilo que acontecia nos porões da ditadura. Calixto foi um homem que arriscou a vida para lutar pela democracia e pelo estado democrático de direito”, destacou Emilio Neto.

Ney de Moura Calixto nasceu no dia 6 de junho de 1929, em Palmeira das Missões e mudou-se para Canoas em 1946, onde serviu no 3º Regimento de Aviação, antiga 5ª Zona Aérea, atual V Comando Aéreo Regional (V Comar). Foi oficial de gabinete da Secretaria Estadual da Fazenda durante o governo de Brizola, em 1960. Requisitado pelo então presidente da República João Goulart, ficou à disposição para pilotar os aviões da Superintendência de Política Agrária. Durante o Golpe Militar de 1964, foi cassado e preso.

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