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Clubes se reinventam para manter portas abertas

José Chagas Veloso, um dos principais presidentes da história do Canoas Tênis Clube.  Foto: Bruno Lara/OT

José Chagas Veloso, um dos principais presidentes da história do Canoas Tênis Clube. Foto: Bruno Lara/OT

 

Por Émerson Vasconcelos

 

Os clubes sociais foram os principais pontos de encontro, confraternização e lazer em Canoas durante várias décadas, mas desde os anos 1990 o setor tem enfrentado grande dificuldades para se manter. Embora a cidade tenha perdido algumas de suas principais agremiações, como o Grêmio Niterói e o Country Club, outros, como o Canoas Tênis Clube (CTC), continuam de portas abertas e oferecendo opções de entretenimento à população. Nossa equipe de reportagem conversou com Gercino dos Santos, atual presidente da entidade, e com José Chagas Veloso, um dos principais presidentes da história do CTC, a respeito do futuro destas instituições canoenses.

Mudança cultural

Veloso acredita que os clubes estão em um momento complicado em decorrência da mudança na cultura das pessoas. Se antes o clube era uma das únicas formas de diversão e de integração social possíveis, hoje em dia muitos condomínios oferecem o mesmo, sem custo adicional para os moradores. “Se a pessoa agora tem uma piscina, uma quadra esportiva, academia e outras várias possibilidades de lazer praticamente no pátio de casa, não tem mais muito sentido que ela se torne associada e pague para um clube mensalmente. Isso não significa que os clubes devem acabar, mas sim que todos precisam repensar a forma como se sustentam. Atualmente não dá mais para depender apenas dos associados, pois basicamente só alguns dos antigos se mantém e dificilmente surge algum novo”, explicou.

Gercino dos Santos, presidente do Canoas Tênis Clube (CTC). Foto: Bruno Lara/OT.

Gestão empresarial

Gercino pontuou que além dos condomínios oferecerem estruturas como piscinas, muitas vezes nem mesmo nos seus pátios as pessoas utilizam estas possibilidades. “Agora a pessoa tem uma facilidade maior de ir para a praia. Além disso toda a geração atual de jovens não tem a mesma cultura de frequentar clubes.”, disse. O atual presidente ressaltou ainda que não existe uma fórmula mágica para reerguer os clubes e sim a necessidade de uma mudança de visão de administração. “Estamos buscando agora uma parceria para que a administração do CTC seja empresarial. O presidente eleito continuará tendo poder de decisão, mas a parte administrativa precisa ser repassada para um administrador profissional, que possa repensar a gestão e ajudar a gerar novas receitas e fazer com que o clube volte a crescer”, avaliou.

Era de ouro

Personagem sempre presente nas principais atividades sociais canoenses, o colunista social Sony Sousa lembra de um período no qual os clubes da cidade viveram seus tempos áureos, uma realidade que não encontra paralelo nos dias de hoje: “Era uma época diferente, as pessoas se reuniam com os amigos nos bailes e nos jantares dos clubes. Alguns deles abrigavam festas nas quais o público só conseguia ingresso se comprasse um mês antes. Fico feliz por ver que alguns conseguem resistir, como o Canoas Tênis Clube. Por outro lado, é uma pena termos perdido alguns ótimos, como o Country Clube e o Grêmio Niterói. O que aconteceu nestes dois casos foi problema de gestão, além da debandada de sócios que já vinha ocorrendo”.

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