Por Émerson Vasconcelos
@emerson_rs
Os problemas do Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC) são publicados nas páginas de O Timoneiro com muita frequência, isso nosso leitor já sabe. E, afinal de contas, não poderia ser diferente já que a qualidade do serviço de saúde despencou de forma vertiginosa desde que o Grupo Mãe de Deus assumiu, há cinco anos, a gestão da casa de saúde. No entanto, OT está de olho nas falhas de planejamento e gestão do hospital desde antes da sua inauguração.
Em 2005, quando o HPSC foi inaugurado oficialmente, OT já denunciava que a obra estava custando muito mais do que o esperado e que repasses continuavam acontecendo para viabilizar a conclusão da obra. Ressaltávamos na época que os prazos estavam estourados e que quatro datas de inauguração já haviam sido adiadas. Depois disso, acompanhamos e denunciamos quando profissionais de saúde foram contratados de forma irrregular, através de cooperativas, para trabalhar no HPSC.
Portanto, quem lê OT desde aquela época pode acompanhar a ascensão, mesmo que a empurrões e com muito gasto além do previsto, e a queda da qualidade do serviço do HPSC. O hospital, logo após sua inauguração, chegou a ser referência SUS no Estado, muito bem avaliado por pacientes e por profissionais da saúde.
Agora acompanhamos um novo e dramático capítulo da saga do hospital. Com o fim do contrato com o Mãe de Deus, marcado para as próximas semanas e uma licitação aberta para que outra empresa privada assuma a gestão, o HPSC se afasta cada vez mais de sua versão original. Parece cada vez mais distante a possibilidade do SUS na cidade voltar a ser gerido totalmente pelo poder público ou mesmo da Fundação de Saúde, criada especificamente para isso em 2010.
Cabe tanto a OT quanto a nossos leitores a fiscalização do processo de transição do HPSC e também uma cobrança cada vez maior ao poder público, para que se aumente a responsabilidade em relação ao SUS. OT vem cumprindo esta missão há 50 anos e sempre bem acompanhado de leitores comprometidos e fiéis. É por estes leitores que continuaremos por mais cinco décadas e além.