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Vereadores aprovam lei que proíbe restaurantes de deixar sal nas mesas

Câmara considera o sal um risco a saúde. Foto: Bruno Lara/OT.

Câmara considera o sal um risco a saúde. Foto: Bruno Lara/OT.

O polêmico projeto de lei que percorre o Brasil chegou a Canoas pelas mãos do vereador Emilio Neto (PT). O parlamentar é o autor da proposição que proíbe expor em mesas e balcões recipientes que contenham sal de cozinha em todos os estabelecimentos que comercializam alimentos para consumo imediato como bares, restaurantes, hotéis e quaisquer outros em todo o território canoense. Na terça-feira, 31, o mesmo foi aprovado na Câmara de Vereadores.

Em sua justificativa, o parlamentar destaca que o sal de cozinha (cloreto de sódio) é o principal fator para o desenvolvimento de problemas crônicos de saúde, como a hipertensão, doenças renais, osteoporose, perda de paladar, doenças autoimunes, obesidade, além de envelhecimento precoce.

“É um projeto polêmico. Ele foi polêmico dentro do meu gabinete, em um debate interno dentro do nosso gabinete, do nosso conselho político. Não imaginei que seria tranquilo aqui na Casa, que é tão plural. Mas eu tenho muita tranquilidade quanto a esse projeto e acho, inclusive, que nós deveríamos também tentar legislar em relação ao açúcar que, ao lado do sal, é o grande problema da nossa saúde”, afirmou Emílio.
Para o empresário César Bauer, de 49, que é proprietário de um restaurante no Centro da cidade, a alteração não é tão significativa. “Muda muito pouco. A pessoa que está acostumada a utilizar o sal vai continuar. Na mesa apenas fica mais a mão. Talvez ajude na saúde”, opinou.

 

Contra

A proposta de Emilio, por mais que tenha sido aprovada por unanimidade, foi ironizada pelo vereador e médico Dr. Walmor (PDT), embora o mesmo tenha dado parecer favorável na comissão de saúde da Casa, a qual preside. “Eu tenho, por hábito, como presidente da comissão de saúde, dar parecer favorável para que os projetos passem ao plenário para a discussão”, justificou.
“Estão querendo regularizar como a pessoa vai almoçar ou vai jantar. Eu vou botar, Emilio, uma lei proibindo botar carne com muita gordura. Picanha com muita gordura não pode ter. Não pode ter muita pimenta que faz mal pra saúde. Não pode usar saladas com coisas verdes mal lavadas, e assim afora. Estamos nos intrometendo em uma coisa que não cabe a nós”, comentou o parlamentar.

 

Favorável

O também vereador e médico Dr. Pompeu saiu em defesa do projeto parabenizando o petista pelo que chamou de “excelente iniciativa”. “Qualquer atitude que possamos ter no sentido de trazer mais saúde para a população é muito bem vinda e merece o nosso louvor e elogio”, comentou. O projeto cria também o “Dia Municipal do Mais Saúde, Menos Sal”, a ser comemorado no dia 27 de abril.

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