Jorge Cardoso, fundador da ACADEF. Foto: Divulgação.
Por Émerson Vasconcelos
Nesta sexta-feira, 20, a Associação Canoense de Deficientes Físicos (Acadef) completa 32 anos de fundação. Este será o primeiro aniversário da entidade a ser comemorado sem a presença de seu fundador, Jorge Cardoso, falecido no começo deste ano. Dias depois da morte de Jorge, nossa equipe visitou a sede da entidade e produziu uma reportagem sobre o legado de Jorge, que permanecia inédita até agora, mas que pode ser conferida abaixo. No site www.otimoneiro.com.br está disponível uma versão estendida do texto.
Jornada
Ricardo Cardoso, gestor responsável pela área de comunicação da Acadef, é também filho de Jorge Cardoso. Ele contou, emocionado, como seu pai conduziu o início da jornada da entidade: “Acadef começou em uma caixinha de papelão, onde o Jorge guardava os documentos da entidade em fase de legitimação. E naquela caixinha ele já projetou a Acadef como uma entidade na qual a pessoa pudesse ser atendida e receber com facilidade um acolhimento. Depois disso ele conseguiu regularizar a associação, firmou parcerias públicas e privadas, fazendo a entidade chegar ao porte que tem hoje”.
Legado
Outro ponto ressaltado por Ricardo é a forma como seu pai deixou a Acadef estruturada para seguir em frente mesmo sem a presença dele: “Jorge soube muito bem administrar Acadef. Ela consegue agora ter uma continuidade da forma de gestão que foi constituída ao longo dos anos. A entidade está preparada para que as equipes deem continuidade ao trabalho da mesma forma que ele conduziu até os seus últimos dias de vida. Nos últimos momentos ele teve forças ainda para nos direcionar sobre o que fazer no caso dele não poder mais dar continuidade. Toda a obra do Jorge foi voltada a dar às pessoas a esperança de uma nova vida”.
Exemplo
A trajetória de Clóvis Coromberque é uma das muitas histórias de superação que podem ser encontradas entre os atendidos pela Acadef. Para ele, Jorge é o responsável pela atual fase da sua vida: “Tive um problema, parei de caminhar e sou cadeirante desde então. Mas na época em que cheguei aqui, em 2008 os braços estavam quase sem movimentos e eu não conseguia nem me alimentar sozinho. Quando conheci a Acadef a minha autoestima foi lá em cima, pela forma como somos atendidos. Foi aqui que desenvolvi relações de amizades, conheci minha atual esposa, e aprendi a me aceitar. Jorge é um grande exemplo para todos nós”.