Timoneiro

Opinião: Quo vadis, Brasil?

Zeca10052016

 

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas…”

Sun Tzu em “A arte da Guerra”.

 

A sentença final desta citação de Sun Tzu reflete a situação atual do brasileiro comum, ele não conhece o inimigo e mal conhece a si mesmo. Age qual pai de filha adolescente, que arranjou um namorado que ele não gosta e vai ter que conviver com isso até que a filha decida por outro. Se ela não decidir por si mesma, arranjara um jeito de afastá-lo. O homem comum tem pouca habilidade para tratar com uma jovem democracia, é pseudo-conservador por uma herança cultural e fortalecida pelo neo pentecostalismo, mas não sabe bem o que é conservadorismo e se assombra com os representantes que ele mesmo ajudou a escolher. O parlamento no dia 17 de abril foi um reflexo de como se discute política hoje no país, mais o homem comum não consegue ler as entrelinhas de toda essa discussão.

Por outro lado, uma grande parcela da juventude, principalmente no sudeste e timidamente no Centro-Oeste, aposta na luta e no confronto direto com aqueles que se desviaram de suas funções, desviaram dinheiro e tentam negar-lhes um direito fundamental: a educação. Uma luta por uma educação autogestionada, participativa e, sobretudo laica, que abandone os antigos métodos prussianos. Uma luta justa, porém desigual, contra um Estado que responde com truculência nos melhores moldes dos regimes ditatoriais. Mas a juventude está em vantagem. Nos últimos anos conquistou espaços que não está disposta a perder. Tem em suas mãos a tecnologia da informação e evita seguir os gurus que se criam na situação, pois é livre, principalmente das amarras pseudo-conservadoras.

No meio de tudo isso, assiste a um espetáculo das instituições que ora cancela, e depois cancela o que cancelou, mostrando a sua inabilidade e incapacidade de se posicionar sobre o impedimento de uma presidenta democraticamente eleita, sem entender muito das causas, também não entende o que e sentar precedentes, muito menos as conseqüências, que haverá, e terá que lidar com isso em um processo de mea culpa. Tudo isso transmitido ao vivo e a cores por uma mídia corporativa e canhestra. A pseudo-“esquerda” brasileira, representada pelo “progressismo alternativo”, tenta se reorganizar, mas o que encontra é dissidência e formação de novos blocos com outros nomes e propostas.

Mas, aonde vais Brasil? (quo vadis, Brasil?), parafraseando o poeta, quem é que paga pra gente ficar assim? Quem são os inimigos do povo brasileiro? Quando chegará o dia em que tenhamos uma democracia participativa e direta? Ah sei, quando ela crescer e deixar a adolescência e se tornar uma adulta responsável.

Sair da versão mobile