O titular da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD) de Canoas, delegado Valeriano Garcia Neto, e integrantes de sua equipe foram homenageados pela Câmara de Vereadores, na sessão da terça-feira, 03, em reconhecimento ao trabalho de investigação que levou à prisão do suspeito de assassinar André Pereira Santana, jovem ativista da causa LGBT. O crime teve, segundo os policiais, teve motivação homofóbica.
A presidente do Conselho LGBT, Bianca Hilgert, reforçou que a “LGBTfobia” mata pessoas e destrói famílias: “Não é um crime comum, mas um crime de ódio, voltado diretamente a um segmento de pessoas simplesmente pela sua orientação sexual”. O chefe de Polícia do Estado manifestou a preocupação cada vez maior com a realização de investigações que envolvam a garantia de direitos.
De acordo o chefe de Polícia do Estado, delegado Emerson Wend, existe a intenção de transformar o Departamento da Criança e do Adolescente em um Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis, que abrangeria questões relativas a orientação sexual, idoso, mulher e criança e adolescente. “Encaminharemos à Secretaria de Segurança e ao governo do Estado uma proposta de projeto de lei nesse sentido. É uma ideia nova que pretendemos implementar em breve e que será de grande valia para a sociedade gaúcha”, afirmou Emerson Wendt.
“Não há espaço na sociedade contemporânea para esse tipo de violência brutal da qual foi vítima o André Santana. A diversidade é uma riqueza da sociedade”, enfatizou Valeriano que também agradeceu o comprometimento da equipe de policiais da DHD e a mobilização da comunidade LGBT, que contribuiu, segundo ele, de forma determinante com as investigações.
Elogios
O vereador Paulinho de Odé (PT) apontou a sensibilidade da equipe de investigação da DHD e salientou que a prisão e punição do assassino não trará André de volta, mas fará outros assassinos pensarem duas vezes antes de cometer crimes desse tipo. Juares Hoy (PDT) exaltou o trabalho da Polícia Civil em Canoas. “É um belo trabalho, inovador e que vem agregando a sociedade e, por isso, seu sucesso”, disse. O presidente da Casa, Paulo Ritter (PT) defendeu que o grande desafio das pessoas da sociedade atual é aprender a viver juntas novamente.
Relembre o caso
André Pereira, de 28 anos, ativista da causa das Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT), foi estrangulado até a morte em seu apartamento no Centro de Canoas, na noite de 1º de abril. A prisão do suspeito, outro jovem de 21 anos, aconteceu no interior do Estado, em 28 de abril.