Por Émerson Vasconcelos
Na segunda-feira, 4, a equipe de reportagem de O Timoneiro retornou à Vila Araçá e verificou que todos os problemas que já eram relatados pelos moradores em reportagens que fizemos no local anteriormente continuam vigentes. Os três principais pontos apontados pelos moradores são: existência de valas de esgoto correndo a céu aberto, alagamentos em dias de chuva e a espera de mais de três décadas por um reassentamento prometido e jamais efetuado.
Em 2014, questionamos a Prefeitura sobre a questão do reassentamento e recebemos a seguinte resposta da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, que informou apenas que “estará em breve dando informações à comunidade da Vila Araçá sobre o planejamento de reassentamento das famílias da área”. Até o momento, o reassentamento não ocorreu, assim como não existiram medidas efetivas para estancar os alagamentos. As valas com esgoto correndo a céu aberto continuam existindo, embora em menor número.
Sem mudança
Encontramos os moradores da Vila Araçá na mesma situação que estavam em 2010, quando iniciamos a série de reportagens intitulada Abandonados. Vale ressaltar que em 2014 já havíamos revisitado o local e questionado novamente a Prefeitura a respeito das melhorias prometidas. Assim como havíamos verificado anteriormente, a espera pelo reassentamento continua sendo tratada como uma espécie de lenda pelos moradores. Muitos deles ouvem desde a infância a promessa de que suas famílias seriam levadas para uma área melhor.
Valas abertas
Embora uma grande vala tenha sido tampada pela Prefeitura depois de 2014, o esgoto ainda coore a céu aberto em uma vala que se localiza logo atrás dos pátios das casas. Assim como já havíamos alertado em todas as reportagens anteriores sobre o local, não é possível ignorar várias casas estão construídas na beira de uma das valas e correm risco de deslizamento. Além disso, o mau cheio simplesmente destrói qualquer resquício de qualidade de vida que os moradores poderiam ter na vila.
Alagamentos
Mesmo visitando a vila em um dia ensolarado, pudemos verificar os alagamentos. Como era de se esperar, o esgoto invade os pátios e casas com uma água que não é nada limpa e o risco de transmissão de doenças é alto. Por falta de um sistema de esgoto e de escoamento estruturado a água permanece nos pátios mesmo dias após a chuva. Um morador que preferiu não se identificar, por temer represálias, afirmou: “Meu pátio enche de água que vem do valo e depois não seca por muitos dias depois da chuva. Acaba que vem outra chuva e eu estou sempre no meio do alagamento”.
O que diz a Prefeitura
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano de Habitação (SMDUH), por meio de nota, limitou-se a informar que, desde 2009, “o Município já reassentou em torno de 1.500 famílias e está em processo de reassentamento de mais 700 famílias que viviam em áreas impróprias para moradia”. Segundo o município, ainda, “a região em questão é imprópria para moradia, pois é área ocupada irregularmente, considerada de risco”.