No auge dos seus 90 anos, o Instituto Pestalozzi de Canoas, que atualmente atende cerca de 180 deficientes, passa por tristes dias. Após uma intervenção da Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenapestalozzi) no dia 14 de outubro de 2015, uma quebra de braços entre mães e a administração se instalou no município. A acusação das mães agora é quanto a problemas pontuais da atual gestão.
Tempo de intervenção
As mães em questão levantam do tempo da nomeação. Elas apontam que a gestão, que deveria ficar à frente da instituição por apenas 90 dias, se estendeu na administração. Elas consideram a nomeação de Edna Allegro para o cargo “duvidosa”.
Em resposta, Edna informou que “a diretoria da FENAPESTALOZZI entendeu ser devido o afastamento provisório da Diretoria eleita em 2014, pelos problemas apresentados e que também são de conhecimento público”. Disse enfatizando que esta é uma prática “relativamente comum” na Fenapestalozzi.
Informou, ainda, que “Durante a intervenção provisória o Conselho de Administração da FENAPESTALOZZI, entendeu que, a vista dos problemas encontrados, a intervenção deveria ser em definitivo, definindo o prazo de 180 dias, prorrogáveis enquanto todos os motivos que levaram ao afastamento da então diretoria não estivessem solucionados e resolvidos”.
Entrada dificultada
Para as reclamantes, que enviaram o documento intitulado “As mães do Instituto Pestalozzi Canoas pedem socorro!!!”, a interventora não permite a entrada dos pais, inclusive “fechando a porta de entrada principal”, apontam.
A interventora informou que os pais podem entrar e se dirigirem à secretaria. “O que não é permitido é que mães, pais e/ou cuidadores fiquem circulando pelas dependências, o que comprovadamente, causa transtornos inclusive para os próprios filhos que deixam de atender a professora ou querer fazer suas atividades porque a mãe está presente”, informou.
Acidentes e hematomas
Na reclamação, as mães citam eventos como “uma aluna que saiu do banheiro sem estar devidamente vestida” que circulou pela escola e um aluno fisicamente machucado, com hematomas pelo corpo.
“Temos boa parte de alunos que a qualquer momento podem surtar e terem ações agressivas, no caso do aluno que apareceu com hematomas, sua mãe permanece na escola o tempo todo e constantemente o retira antes do termino do horário, se ocorreu dentro da escola seria o caso dela ter feito o registro de imediato e não alguns dias depois. Só para registro esse mesmo aluno é constantemente contido em suas ações de violência, bate violentamente portas, janelas, arrebenta telas de proteção quebra objetos”, respondeu Allegro.
Mais problemas
Outra reivindicação é o lanche que não pode mais ser levado de casa. O grupo reclama que os alunos são “obrigados a comer apenas o oferecido pela escola”. Outro ponto citado foi o de que professores estão sendo obrigados a das banho, trocar fraldas e administrar medicamentos. Sobre estes pontos a administração não respondeu as perguntas, embora tenha enviado uma nota com seis páginas para este jornal.
Transporte problemático
Segundo estas mães, o transporte não funciona. “Só é observada a hora da entrada, a saída é por conta do horário que o motorista do transporte escolar municipal contratado (transporte é terceirizado) resolve fazer”, diz a nota.
Para a atual administração, “todos os transportes ofertados não são de responsabilidade da Pestalozzi e sim do poder público tanto da Prefeitura de Canoas quanto da Prefeitura de Nova Santa Rita”. Segundo a interventora, “foi estabelecido um horário mínimo de permanência nas salas de aula, sempre visando atender o que for melhor aos alunos e atendidos”.
Leia mais sobre Pestalozzi: