Quem conhece a cultura pop já sabe o que são spoilers – as informações adiantadas a respeito de uma narrativa que ainda não foi lançada ou não passou no canal oficial.
Você pode receber spoilers das temporadas que ainda não viu de Game of Thrones, da HBO, sabendo quem morre ou não antes. Pode ouvir informações sobre o que acontecerá em alguma história em quadrinhos da Marvel, que sai com 10 meses de atraso em relação aos EUA. Pode ainda ver fotos do aparente final de Batman v Superman – A Origem da Justiça, apenas 9 dias antes do lançamento oficial do filme, dia 24 de março, como este que vos fala.
A decepção ou a falta de surpresa posterior podem ser grandes. Podem doer mais que as derrotas do time do coração ou o insistente analfabetismo político de alguns seguidores do Twitter e de amigos do Facebook. Especialmente se for um spoiler de uma história que você queira muito apreciar. Você provavelmente não quer partes de uma história, quer o todo. Se for para liberar antes, que libere-se a obra completa, e não só as partes mais cruciais, não é?
Mas dizia um sábio chinês que o que importa não é o destino, mas sim a jornada. O foco deveria ser como a narrativa se desenrola. Como os personagens se conhecem? A ação do livro/quadrinho/jogo para o cinema/série/livro/etc é bem adaptada? O que acontece para que aquele final, que você já conhece, desnude-se diante de quem frui a ficção?
As respostas variarão muito. Quem sabe um spoiler pode fazer você desistir de acompanhar um filme ou série. Você pode não gostar de como as coisas vão acabar. Aí, é seu direito ir procurar entretenimento que lhe agrade mais.
Ficamos, portanto, num tênue dilema entre o spoiler estragar a diversão e quem sabe dar informações para novas tomadas de decisão. Afinal, tempos de crise encurtam o bolso também para a ficção; é melhor que aproveitemos exatamente aquilo que nos instigue ao riso, ao choro, à empolgação, à euforia e à tristeza. Tudo depende do que você quer ver.