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Sargento Maurício: Morre o herói, nasce a lenda

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A nova geração da rua José Bonifácio ouvirá falar de um homem. O maior colorado do mundo. O sargento dos bombeiros. Um daqueles que faz de tudo para ajudar alguém que gosta e é destemido o baste para fazer o mesmo por alguém que nem conhecia.

A história de um homem que percorria as ruas de onde quer que seja e era cumprimentado, respeitado. Que cultivou amizades desde o tempo do colégio. Que trazia felicidade. Que deixou saudades.

Perdemos o nosso herói. Ganhamos uma lenda.

Não será a história do brigadiano que é abraçado por sua comunidade pelo trabalho que sempre honrou. Não só isso. É a do pai de família exemplar que criou quatro filhos com honra, sem deixar que nada faltasse. Pelo contrário. Nada nunca faltou. É a do amigo que subia a lomba com um sorriso no rosto. É a do vizinho sempre presente.

Talvez essa seja a pior dor. A dor da saudade. Os amigos dos familiares conhecem aí outra dor: a impotência. Nada que se faça ou diga é capaz de confortar.

A grande verdade é que os filhos de seus filhos ouvirão as histórias do avô e sentiram saudades mesmo sem conhecê-lo. Vão saber por seus pais como era entrar no Corpo de Bombeiros para jogar sinuca. Como ele fazia o churrasco. Que a camisa favorita era a antiga do colorado, assinada pelo Fernandão. Saberão que devem seguir o caminho certo, pois foi assim que se criou seu exemplo.

Saberão que em um sábado a maior avenida da cidade ficou completamente intransitável. Seu corpo era levado pelos carros dos bombeiros, acompanhado de uma interminável fila de carros. O maior cortejo que essa cidade já viu, digo sem medo de errar. A sirene anunciou a despedida de seu herói.

Prefiro pensar que a sua missão agora mudou. Em terra protegeu, educou, criou, foi um gigante. Mas foi chamado para um patamar maior. Para cuidar de todos lá de cima. Para fiscalizar o jogo. A insegurança chegou até nós e levou consigo um dos melhores. Mas ele, onde quer que esteja agora, nos ajudará a mudar essa realidade. Precisa ajudar. Nos deu a gana necessária para acreditar que algo precisa mudar. Algo precisa e vai ser feito.

Agora é a hora da virada. O marco de uma nova fase. O momento que meninos viram homens, que os caminhos se acertam, que os próximos ficam ainda mais próximos. Uma perda irreparável. Uma saudade angustiante. Um dia que todos irão lembrar como o de partida de um dos nossos.  De um dos melhores dos nossos.

 

Onde quer que esteja Sargento Maurício,

Saudações coloradas!

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