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Protesto na Refap pede regionalização das vagas de trabalho

Protesto na Refap pede que postos de trabalho na cidade sejam preenchidos apenas por gaúchos

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Nesta segunda-feira, 29, trabalhadores da Refap manifestaram por regionalização das vagas de trabalho. Foto: Bruno Lara/OT

Nesta segunda-feira, 29, trabalhadores da Refap manifestaram por regionalização das vagas de trabalho. Foto: Bruno Lara/OT

 

Por Bruno Lara

 

Com a carteira de trabalho em mãos, os trabalhadores da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) protestaram na manhã desta segunda-feira, 29, contra a contratação de pessoas de outros estados para os postos disponíveis no município. O ato, que começou por volta das  7 horas, causou transtornos no trânsito, principalmente para quem transitava pela BRT-116, no sentido Porto Alegre – Sapucaia do Sul ou tentava acessar o município de Esteio pela avenida Getúlio Vargas.

Para Eliel Antônio Alves da Silva, 38 anos, que há 12 anos trabalha na refinaria, se trata de uma ocupação do espaço.  “Funciona da seguinte maneira: Nos outros Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, o trabalhador gaúcho não tem o direito de trabalhar. Se tu vai lá fichar, acontece que eles pegam e retalham o pessoal daqui dizendo que tem um decreto de lei no Estado deles que o pessoal não pode fichar e, aqui no Sul, é uma maravilha. Sempre foi dessa forma e a gente não aguenta mais isso, não quer mais saber de pessoal de fora tomando nosso espaço”, reclama.

Segundo ele, o município tem que fazer valer as mesmas regras. “Assim como eles não adimitem fichar gaúchos nos outros Estados, a gente não quer mais que eles venham para o nosso Estado também. Cada um no seu Estado e com a sua mão de obra”, sugere. Para ele, a desculpa da mão de obra qualificada não se aplica. “Essas empresas vem para cá alegando que não tem mão de obra qualificada e é mentira. (Os de fora) Estão vindo pelas empresas terceirizadas que estão entrando dentro da Petrobrás”, alerta.

Trabalhadores querem que as vagas no RS sejam apenas para os gaúchos. Foto: Bruno Lara/OT

Trabalhadores querem que as vagas no RS sejam apenas para os gaúchos. Foto: Bruno Lara/OT

 

Ações das autoridades

A cobrança de Eliel foi para os políticos do Rio Grande do Sul. Ele alerta que terá uma parada nos serviços em maio. “Eles estão trazendo o pessoal de fora. Estão trazendo o pessoal deles. E quando eles vem pra cá já vem com o pessoal fichado e os gaúchos ficam de fora. Isso nós não vamos aceitar mais. Não queremos aceitar mais. E a gente quer providências das autoridades, da Petrobrás. Que se coloque em contrato de trabalho com essas empresas terceirizadas e tomar uma providência. O trabalhador gaúcho não aguenta mais isso”, fala em nome do todo.

“Tem pai de família aqui que é soldador profissional, caldeireiro, encarregado, supervisor, e estão trabalhando de ajudante de pedreiro, como todo o respeito a classe da construção civil. Mas são trabalhadores qualificados, que tem uma faixa salarial muito mais alta do que ganham trabalhando qualquer tipo de trabalho fora da profissão deles”, explica.

 

Mais de seis mil desempregados

O número foi levantado pelos próprios trabalhadores e exposto por Claudionor Siqueira Rezende, 51 anos. “Mais de seis mil profissionais, mão de obra parada. Então eles não precisam trazer pessoal de São Paulo. Nós estivemos na Manserv e eles disseram que vão trazer o quadro deles. Não tem quadro. O quadro deles tem que fichar aqui. Nós estávamos com dois mil peões parados hoje ali e eles já estão com o pessoal vindo fazer o exame médico e já estão com os hotéis com o pessoal tudo fichado deles. Então nós vamos fazer essa paralisação para que esse pessoal que veio de lá não possa fichar. Nós não podemos fichar no estado deles, porque eles têm que fichar aqui?”, questiona.

 

Prefeitura foi omissa

Segundo o soldador Marcio Bortolaci, 36 anos, a Prefeitura de Canoas foi procurada, mas foi omissa. Ele conta que a administração atual foi procurada para ajudar na solução do problema, mas que não correspondeu com as expectativas dos trabalhadores. “Nós já tivemos reunião com o secretário de desenvolvimento econômico, Mário Cardoso, a gente teve reunião dentro do gabinete do Prefeito, com o Prefeito Jairo Jorge, e nada foi feito até agora. Teve um retorno muito vago, parece que nem deram bola e a gente precisa está pedindo socorro na verdade. Essas empresas vêm de fora, trazem os funcionários deles já contratados e a nossa mão de obra aqui do estado, que é qualificada da mesma forma que a deles, está desempregada. Pai de família, cara com profissão há mais de 20 anos trabalhando de segurança para poder garantir o sustento da família. A gente tem mais de seis mil desempregados no estado do Rio Grande do Sul só na área metalmecânica”, expõe.

A tentativa é para que a Prefeitura, através de um Projeto de Lei, não permita que pessoas de fora do Estado possam ser admitidas por empresas. “A gente está pedindo para a Prefeitura que se faça, ao menos, um Projeto de Lei Municipal garantindo a vaga, a contratação de mão de obra gaúcha dentro de um raio de, no mínimo, 700 km de Canoas, para abranger o Estado, assim como é no Paraná, no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, todos já fizeram essa lei e a gente sai daqui e não pode ser contratado lá. Queremos a mesma coisa aqui, que seja contratada apenas mão de obra gaúcha”, pede.

 

Sindicato busca conciliação

Ausente na manifestação, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (STICC) foi criticado pelos trabalhadores presentes. Segundo o coordenador da sede do sindicato em Canoas, Ildemar Fagundes Alves, a instituição não viu a necessidade de um ato por já estar em tratativa com as empresas. “A gente tem caminhado via ofícios, via coisas formais e, a partir do momento que tu dá um prazo para a empresa se manifestar, não tem o porquê fazer mobilizações”, explica.

“Quando se tem um movimento muito grande fica vulnerável a muitos interesses que não caminham na mesma direção da necessidade dos trabalhadores. Algumas vezes alguns plantam que vem mão de obra de fora. Nós fomos pessoalmente nessas empresas e elas não viram problema nenhuma em cumprir isso”, explica.

Segundo ele, quando há um movimento deste tamanho, “os interesses são vários”. Em entrevista, ele conta que esse movimento se iniciou em 12 de janeiro, onde uma comissão de trabalhadores começou uma movimentação nas redes sociais buscando a regionalização das vagas de trabalho. “Uma reunião, no dia 15 de janeiro, no Sindicato dos Metalúrgicos, ocorreu para pegar opiniões”, apontou. Conforme explicou o coordenador, já existem “clausulas de acordo coletivo a obrigação de, pelo menos, 70% da mão de obra local”, explica. E quanto a isso não há uma resistência da empresa, diz ele. “Elaboramos um ofício para autoridades aderirem. O senador Paim e o deputado Nelsinho aderiram”, conta.

Ele também contou que houve conversas com o secretario Mário Cardoso. “Gostou muito da conversa”. Mas uma ação efetiva de ocorrer, segundo ele, apenas no final de maio, embasado nas tratativas que já ocorrem acerca do assunto. “Cerca de cinco mil estão desempregados na área”, lamenta.

Seleção convocada para a seleção de novos empregados na av. Farroupilha.

Seleção convocada para a seleção de novos empregados na av. Farroupilha.

Manserv Manutenção

Um dos pontos altos da mobilização seria uma chamada para vagas na empresa Manserv Manutenção. A suposta vaga, com caráter de urgência, chamava os interessados para comparecer na av. Farroupilha, 8.536, às 7 horas, munidos de currículo e carteira de trabalho. Para o coordenador do sindicato, com base em áudios recebidos pelo mesmo, “os próprios trabalhadores poderiam ter feito essa convocação”, diz.

 

Trânsito trancado

Segundo agentes presentes da Polícia Rodoviária Federal, o trânsito era liberado em torno de 20 minutos após ser trancado e isso se repetiu diversas vezes. Para o sargento Flores, do 15 º Batalhão de Polícia Militar (BPM), presente na manifestação, foram cerca de 100 pessoas manifestando. “Tudo tranqüilo, passivo e o trânsito normalizando”, declarou por volta das 10 horas desta segunda.

A administração da Refap foi procurada, mas não se manifestou.

 

Trânsito ficou trancado no ingresso a av. Getúlio Vargas. Foto: Bruno Lara/OT

Trânsito ficou trancado no ingresso a av. Getúlio Vargas. Foto: Bruno Lara/OT

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Sorteio do Minha Casa, Minha Vida contempla 250 famílias. Confira lista.

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Foto: Jhennifer Wolleng

Com transmissão ao vivo pela internet, a Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, realizou nesta quarta-feira (16) o sorteio do programa Minha Casa, Minha Vida. No auditório Sady Schivitz, na sede da Prefeitura, foram contempladas 250 famílias, que irão morar nos Residenciais Pistoia e Santa Fé, no bairro Rio Branco. Também foram sorteados os candidatos suplentes.

Os dois complexos habitacionais estão em fase de construção, com previsão de entrega dos imóveis para setembro deste ano. Antes de ocupar o imóvel em definitivo, os contemplados passarão pelo processo de análise documental na Caixa Econômica Federal e pelo trabalho técnico-social da Prefeitura, que promove um processo de adaptação das famílias à nova moradia.

Confira aqui a lista dos sorteados

Ao todo, os Residenciais Pistoia e Santa Fé oferecem 500 unidades habitacionais. A outra metade das famílias que irá morar no local será reassentada, já que ocupavam anteriormente invasões que foram alvo de reintegração de posse pelo município.

Nesta quarta-feira, participaram do sorteio os cidadãos que realizaram o recadastramento. Enquadram-se nos critérios nacionais famílias residentes em áreas de risco, insalubres ou que tenham sido desabrigadas, comprovado por declaração do ente público; famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar, comprovado por autodeclaração; e famílias das quais faça(m) parte pessoa(s) com deficiência, comprovado com a apresentação de atestado médico.

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Assembleia de Deus comemora 80 anos de fundação em Canoas

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A igreja Assembleia de Deus, de Canoas, comemora uma marco importante na cidade. O Jubileu de Carvalho da entidade ocorre nesta sexta-feira, 18 de agosto, e terá programação intensa de comemorações. O pastor Edegar Machado, líder da igreja no município há mais de 30 anos, recebeu a reportagem de O Timoneiro para falar acerca da programação das celebrações e sobre a atuação na cidade.

Tamanho

A importância da Assembleia de Deus, de Canoas, é contada também em números. A instituição, de acordo com Edegar, abrange atualmente 16 mil membros e conta com 88 igrejas na cidade. “A igreja se expandiu através do trabalho missionário e atua em diversos ponto do mundo”, conta Edegar.

Visão Social

O pastor destaca a visão social da instituição: “Não temos somente o trabalho espiritual, mas cuidamos do lado social. Eu considero isso como a outra mão da igreja. Nós temos o lado humano, que é alcançar as pessoas em suas necessidades”, comenta. O trabalho realizado abrange especialmente o cuidado de crianças. Edegar ainda citou projetos como escolas artesanais, que ajudam no desenvolvimento de trabalhos comunitários, além de postos de distribuição de sopa vinculados à Associação Beneficente Lar Esperança de Canoas , onde são atendidas cerca de mil crianças por semana.

Programação

A igreja promove cultos de celebração na sexta-feira, 19, até domingo, 20, no templo central da Assembleia de Deus, no bairro Mathias Velho. No domingo, a partir das 9 horas, ocorre concentração na praça Antonio Beló, na Rua Dr. Barcelos, onde será inaugurado um monumento em homenagem aos 80 anos da igreja. Após, são esperadas quatro mil pessoas para uma caminhada até o templo central da instituição, onde ocorrerá culto de graças.

História

Por determinação do pastorado da Igreja em Porto Alegre, o evangelista Amaro dos Santos foi designado, em 1937, para cuidar do trabalho da instituição em Canoas. Os primeiros cultos ocorreram no bairro Niterói. Ficou marcado na história da igreja um grande culto, realizado junto a uma figueira localizada nas proximidades da casa de André Lemos, em 18 de agosto de 1937. O local permanece com a figueira até hoje e, por conta disso, foi escolhido como local para a homenagem aos 80 anos da instituição.

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Canoense tem 94 anos de futebol, mídia, direção e simplicidade

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Marcelo Grisa

Hélio Ferreira da Silva nasceu em 1º de outubro de 1923. Filho de empregados na fazenda do estancieiro Victor Barreto, o motorista aposentado viu a história do século XX como poucos canoenses puderam. Hélio hoje mora com os sobrinhos Júlio Ragazzon e Raquel Araújo. E esta é sua história.

O futebol e a guerra

No começo de 1932, Hélio observava o nascimento do Sport Club Oriente, um dos mais tradicionais de Canoas. Alguns anos depois, jogou no time e virou craque. Como atacante central, marcava muitos gols.

A incipiente trajetória de Hélio Ferreira no futebol incluiu passagens pelo Canoense e até mesmo no Grêmio. Entretanto, uma grave lesão o afastou em definitivo dos gramados. Uma “pisada” deixou como lembrança um esmagamento logo acima do joelho. “Eu até poderia jogar, mas nunca mais fui. Deu muito medo”, explica.
“Às vezes eu ainda sonho com as mulheres da arquibancada me chamando. Parece que me vejo jogando de novo”, admite. Mas a vida ainda tinha reservado muito mais para o canoense de fala fácil e sorriso alegre.

Nesta época, o canoense já estava na Aeronáutica. Começava a Segunda Guerra Mundial, e todos no quartel ficavam de prontidão, recebendo apenas um dia de folga por semana. “Eu ficava em casa de farda. Se a sirene tocasse, tínhamos meia hora para nos apresentar”, lembra.

Hélio Ferreira da Silva, entretanto, nunca veria os fronts da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália. Há poucos dias de ser embarcado para o campo de batalha, chegava o mês setembro de 1945. A guerra acaba.

Hélio “Caldas” e Ernesto Geisel

Mesmo antes, durante e depois da guerra, a vivência nas Forças Armadas proporcionou o que seria uma de suas maiores paixões: os carros. Depois de sete anos, saiu da Aeronáutica e tornou-se motorista particular. Acabou por trabalhar 40 anos de sua vida para a Companhia Jornalística Caldas Júnior, dona do jornal Correio do Povo, como motorista da família de Breno Caldas. Por muito tempo, sua família morou na propriedade da família Caldas no bairro Belém Novo, em Porto Alegre.

Recentemente, Hélio visitou os netos de Breno, que o chamaram de “Hélio Caldas”, tamanha fora sua contribuição para a família.
Mas as mais histórias das quais Hélio mais se lembra são aquelas que envolviam os governos da ditadura militar. Primeiro, quando o golpe era dado, em 1º de abril de 1964, Breno Caldas pediu ao motorista que buscasse suas filhas na Rua Coronel Bordini, no bairro Auxiliadora, e as trouxesse ao Belém Novo. Recebeu uma arma, e deveria impedir, depois de todos em casa, que qualquer um entrasse na propriedade. Tendo que lidar com militares às portas do terreno, Hélio deixou-os entrar, mas cuidou cada movimento deles. Depois de uma medição no terreno – o que acontecia no local com frequência – eles foram embora sem maiores percalços.

Em outra oportunidade, em razão do aniversário de Breno Caldas, o presidente Ernesto Geisel, também gaúcho, veio até a fazenda para parabenizá-lo. Hélio teve que esconder um papagaio, que era ilegal, da vista do mandatário. Como um dos genros do patrão acabou por entregar a existência da ave, Geisel exigiu vê-la.
O que se sucedeu, entretanto, tranquilizou a todos. Ao ver o papagaio, que havia sido ensinado a falar muitos palavrões, o presidente desatou-se a rir mesmo sendo xingado pelo bicho.

Cuidado com o caminhão

Ao aposentar-se, Breno Caldas queria que Hélio continuasse trabalhando para ele, mesmo que não mais tendo carteira assinada por sua companhia. Não era bem sua ideia: eram os anos finais da Caldas Júnior antes de sua venda, e o motorista tinha o sonho de ter um caminhão e trabalhar com entregas.

Acabou recebendo a chave de um veículo à sua escolha entre 18 que estavam na garagem da propriedade, escondidos dos credores. “Breno puxou um bolo de chaves do bolso e disse: ‘Escolhe uma. Pode pegar.’ Mais tarde fui lá e escolhi um caminhão.”

Graças à rápida passagem da titularidade dos documentos, Hélio pode ficar com o veículo até poucos anos atrás, quando parou de dirigir. “Não quero me gabar, mas nunca causei nenhum acidente. Com a idade, preferi pedir para o Júlio aqui me levar nos lugares. Não é agora que eu vou ter um solavanco e acabar machucando alguém”, preocupa-se.

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