É moda, entre nós, na administração da coisa pública, deixar tudo ao rigor do tempo e ao desgaste do uso, até que o estado geral exija o que chamam de revitalização, sempre a um custo bastante alto.
Nossa cidade é mau exemplo de descuido, de falta de manutenção numa rotina cotidiana. Quem goste dela, tome o hábito de contemplá-la diariamente, nos seus vários ângulos, e acompanhará sua progressiva degradação. Os órgãos públicos se mantêm divorciados, quando deviam trabalhar unidos para manter a cidade sempre bem cuidada.
Até a raposa de Saint-Éxupery, em bate-papo com o Pequeno Príncipe, ensinava que quem ama deve cuidar. Quem não cuida não ama… Na verdade, político profissional só ama a si mesmo e usa cidades, estados, países como cenários da própria opereta. Andem por aí, devagar, com olhos exigentes, e concordarão que somos uma cidade órfã, como dizia o falecido médico Santos Rocha.
Bagagem
“Voracidade. A cobrança de uma taxa de estacionamento foi criada para forçar a rotatividade. Abusados deixavam seus carros o dia inteiro tirando o lugar de outros. Porém, mesmo a rua estando vazia a taxa é cobrada. Um abuso não justifica outro abuso. A justiça reclama que a primeira hora deva ser de graça”. (O Timoneiro, 16 fevereiro 2001).
“Onde a equidade? Cada vereador na capital baiana, Salvador, ganha R$ 4.200 por mês. Aqui, numa cidade muito menor, com menos problemas a resolver e, por isso, menos trabalho, cada vereador ganha R$ 4.500. E raros cidadãos se manifestam…” (O Timoneiro, 10 novembro 2000).
“Espírito público. O conflito entre o amadorismo dos comunitaristas e o profissionalismo dos políticos motiva a pergunta: Por que aqueles pagam para trabalhar pelo bem público, e estes precisam ganhar tanto para fazer menos?” (O Timoneiro, 12 janeiro 2001).