Alunos, educadores e demais servidores das escolas municipais iniciaram o ano letivo com uma surpresa que causou espanto e preocupação: mesmo diante da escalada da violência nas ruas e depois de um 2015 com muitos casos de violência escolar, a Prefeitura retirou porteiros e guardas que eram contratados de empresas terceirizadas de diversas instituições de ensino sem aviso prévio.
Confira entrevista do presidente do Sinprocan, Jari Rosa de Oliveira, no programa OT Notícias:
Em muitas escolas, equipes diretivas se desdobram até nos finais de semana para poder guardar a entrada da escola, tentando assim garantir que as aulas possam transcorrer com um mínimo de normalidade, já que este não é o único problema enfrentado. Equipes sem aumento salarial há mais de 13 anos, enturmações que superlotam as classes, defasagem no número de profissionais e sérios problemas de planejamento e execução dos planos pedagógicos deixam o quadro caótico.
Segundo o presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação de Canoas (Sinprocan), Jari Rosa de Oliveira, são muitos os relatos vindos das escolas da retirada dos guardas e o temor de que as instituições sofram ainda mais com a violência. “Estão chegando reclamações de diversas escolas que tinham guarda na portaria. Alguns casos, como a escola Thiago Würth, de dia e final de semana fica sem ninguém. Tinha guarda e tiraram. Isso preocupa principalmente pelos diversos casos em 2015 de violência escolar que, em vez de resultar em aumento de segurança, a Prefeitura está diminuindo”, diz.
Infraestrutura
Outra reclamação recorrente vinda das escolas é sobre as obras e reformas que transpassam anos sem conclusão, além de reparos e melhorias não realizadas. Também sempre há temor, principalmente de pais e alunos, quanto à falta de educadores, tradição infeliz de nossos anos letivos.
O que diz a Prefeitura
Questionada por O Timoneiro, a Prefeitura confirmou por nota que os profissionais que ficavam nas portarias estão sendo reduzidos, mas não informou a quantidade e as escolas onde isto está ocorrendo. Segundo a administração, a responsabilidade pelo controle de acesso às escolas é dos coordenadores de escolas, contratados junto à outra empresa terceirizada.
Sobre o número de professores, a Secretaria de Educação informou que está realizando ajustes nos quadros da rede municipal de ensino e que há professores suficientes para suprir todas as disciplinas. Quanto aos reparos, informou que “antes do início do ano letivo, as escolas da rede municipal de ensino receberam manutenção, como corte de grama, pequenos reparos (hidráulica, elétrica, etc), ampliação e readequação de espaços, etc.” Ressaltou, ainda, que Canoas trabalha com gestão compartilhada entre administração e escolas, “que faz com que as escolas municipais recebam um valor correspondente ao número de alunos matriculados para auxiliar na manutenção das escolas”.