Timoneiro

Dois bairros sofrem com postes menores e mau atendimento

Fios atordoam os bairros de Canoas. Foto: Marcelo Grisa

Fios atordoam os bairros de Canoas. Foto: Marcelo Grisa

Por Marcelo Grisa

Os moradores dos bairros Cinco Colônias e Harmonia, principalmente aqueles que moram nas imediações da avenida República, têm passado por diversas dificuldades no fornecimento de eletricidade e internet. Há cerca de 18 meses, cada troca de postes antigos acompanha um sentimento de apreensão por parte dos habitantes.

Ouça trecho do programa OT Notícias sobre o assunto:

https://otimoneiro.com.br/wp-content/uploads/2016/02/OTN26022016_POSTES_TELEFONIA.mp3?_=1
Para Luiz Odir Araújo, de 67 anos, morador da Cinco Colônias, o problema começa na abordagem dos funcionários da AES Sul que fazem a colocação dos postes. “O poste caiu, por alguma intempérie, e vieram colocar um novo. Eu achei que o poste que eles estavam colocando era menor do que aquele que funcionava ali até aquele momento. Fui questionar os funcionários sobre isso e do motivo de não não colocarem um poste de concreto. Eles simplesmente me disseram que o serviço era deles e que eu não podia pedir a altura do poste porque eu não conhecia o trabalho. Para não gerar uma confusão maior, deixei por assim mesmo”, relatou.
O militar da reserva também explicou que na rua das Araras, na qual os postes variam de altura em diversos pontos, foram incontáveis as ocasiões nas quais ficaram sem luz durante seis, 12 ou até 18 horas. Ele e outros moradores não sabem a quem recorrer para resolver a situação. Segundo a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, as questões relativas à altura e colocação de postes são de inteira responsabilidade da AES Sul, empresa concessionária do serviço no município.
Há relatos de transições sobre a via que caem cada vez que um caminhão de grande porte passa – o que não deveria ocorrer no local. Somente na rua das Araras, isso aconteceu pelo menos cinco vezes durante os últimos 18 meses. Após caso de grande repercussão na mídia estadual, a transição foi erguida; o efeito não eliminou, mas ao menos minimizou o problema.

Não é difícil ver os fios caídos em praticamente todas as ruas da cidade. Foto: Marcelo Grisa

Na via paralela, a rua das Araucárias, acontecem problemas similares: postes tortos, linhas de telefone passando na altura das garagens e das paradas de ônibus, e muitos restos de fios partidos atrapalhando o passeio público. Em um dos becos, o aposentado Adalberto Marinho, 67 anos precisou amarrar o fio de telefone na árvore em frente à sua casa. Só assim foi possível que ele e seus familiares, assim como um vizinho, voltassem a guardar seus carros nas respectivas garagens.
Mais adiante, no cruzamento das ruas Carlos Gomes e Saldanha da Gama, no Harmonia, um novo descaso à vista de todos: apesar da esquina já ter um novo poste, de concreto armado, outros dois, de madeira, continuam com a maioria das linhas de transmissão de energia e de telefonia. Ambos estão visivelmente inclinados para a área de um estúdio de música, que fica no curto espaço entre esta entrada e o ponto onde se encontram a Saldanha da Gama e a rua Coronel Camisão.
“A gente precisa ficar sempre reclamando pra AES Sul ou para as operadoras de telefone”, explica o tatuador José Luiz Kayser Vargas, de 53 anos. “Há pouco mais de uma semana, teve um vento mais forte, coisa de só dois minutos, e ficamos sem luz por quatro horas. Meu filho está cuidando da filha recém-nascida. Meu estúdio depende da luz elétrica. Como que não são aplicadas metas e multas para a concessionária?”, criticou.
Procurada, a AES Sul não informou à reportagem de O Timoneiro sobre seus padrões de colocação de postes até o fechamento desta matéria.
Enquanto isso, na Câmara Municipal, há pelo menos dois Projetos de Lei Municipal recentes sobre a questão. O de número 12/2016, do vereador Ivo Lech (PMDB), quer instituir a proibição de instalação de novos postes de madeira pela AES Sul. Já o de número 19/2016, do vereador Julio Barbosa (PP), institui novas condutas no Código de Posturas, detalhando como deve ser feita a troca de postes na cidade. Esta segunda proposição também proíbe a utilização de madeira, além de eliminar o uso de escoras e talas para manter postes em pé pela concessionária, bem como esmiúça como ela deve se portar diante de outras empresas que fazem uso da estrutura – como as operadoras de telefonia.

 

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